[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 11 de abril de 2013




Andreia Pinto-Correia, 'Xantara'
Sintra, hoje na Gulbenkian




Como sabem, depois da queda e da operação a que me submeteram, continuo em casa, muito confinado e, nos dias mais próximos, ainda sem qualquer hipótese de uma deslocação à Gulbenkian onde se sucedem os eventos para os quais vou dispensando os bilhetes das assinaturas.

Naturalmente, com toda a humildade, assumo esta temporária incapacidade. No entanto, como dissimular a indizível pena por não poder assistir a momentos de música que aguardava com grande expectativa?

Como tantas vezes aqui temos reflectido, é no auditório que a obra musical acontece, é no momento em que se faz que urge vivê-la, irrepetível, mesmo que o futuro nos traga novas oportunidades de a partilhar.

Hoje, por exemplo, muito sofrida será a minha ausência. A jovem compositora Andreia Pinto-Correia – filha de um amigo, o Prof. Doutor João David Pinto-Correia, melómano que, com a maior propriedade pode reivindicar esta sua condição de envolvimento com a Música e vida musical – vai apresentar três peças, “Elegia a Al-Mu’tamid’,’ Alfama’ e ‘Xantara’ em estreia europeia, inspiradas em temas relacionados com a nossa herança cultural de origem árabe.

Espero bem que, até os menos atentos, tenham reparado em ‘Xantara’. Claro que ali reconhecem a ancestralidade do topónimo da nossa terra, Sintra. A prestigiada “New Music Box” considera que, tal como o lugar que a inspirou, se trata de uma peça misteriosa, elegante, mágica.

Para Joana Carneiro, neste concerto dirigindo a Orquestra Gulbenkian, não será o primeiro contacto com a música desta compositora já que, nesta mesma temporada de 2012-13, à frente da Berkeley Symphony, teve oportunidade de reger ‘Alfama’, em 7 de Fevereiro, no Zellerbach Hall de Berkeley, na California. Aliás, ‘Alfama’ é dedicada à própria Joana Carneiro.

Ainda não sei como mas tudo farei para conseguir uma gravação das obras que a Andreia vai apresentar em estreia europeia. Alguma alma caridosa me ajudará, O programa ainda inclui outra proposta, subordinada ao título “The Diabelli Variations” para orquestra e piano improvisado (arr. Uri Cane), a partir de Beethoven, com Uri Cane ao piano.

A única atitude que, neste momento, me permitirá fazer-vos aproximar da Andreia Pinto-Correia, é a de propor o visionamento de um testemunho acerca do seu próprio enquadramento como compositora, ocasião em que também define o perfil de ‘Xantara’, em 1º clique, e de uma outra sua obra, extremamente sofisticada, "E murmurem vossas Bocas", em 20 clique.

Boa audição!

 









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