[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 5 de abril de 2013



Relvas,
desde 4 de Julho de 2012
 



Depois de o Relvas ter ido à sua vida, libertando-nos daquela constante via sacra de vergonhas a cada passo que dava, fui à procura dos dois textos que publiquei no facebook, em 4 e 5 de Julho de 2012, as datas quentes em que todos tivemos conhecimento da ignomínia em que o seu título académico estava enovelado.

Como, feliz ou infelizmente, consoante as perspectiv...
as, nenhum dos escritos perdeu actualidade, queiram ler ou reler. De acordo com o que acima referi, foi à sua vida, talvez seja curioso cotejar a informação que consegui compilar para a produção do [II] e articulá-la ou cruzá-la com o que não deixaremos de saber acerca dos seus passos no futuro, quer a curto quer a médio e longo prazos.

Se assim fizerem, talvez não se surpreendam...

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Outra licenciatura à boleia… [I]
Neste momento, não é apenas Miguel Relvas que enfrenta a gravíssima questão da credibilidade de uma Licenciatura que, enfim, mais parece resultar de uma modalidade muito sofisticada de Novas Oportunidades…

Na realidade, pelo menos, tão incómoda como a situação do licenciado em apreço, é a posição da Universidade Lusófona cujo Conselho Científico avaliou o percurso académico e profissional do candidato. E, de facto, ou a coisa é muito bem esclarecida ou o prejuízo para a entidade será perfeitamente inusitado.

Depois dos tristíssimos episódios das Universidades Moderna e Independente, este caso vem desferir machadada arrasadora no crédito geral das instituições privadas de Ensino Superior Privado. Afinal, por aquilo que nos vamos apercebendo, e ainda que não pretendamos generalizar, em casos cada vez mais frequentes, a autonomia dos órgãos universitários estará sendo aproveitada para actos mais que duvidosos, como estes de concessão de graus académicos à descrição, assim se evidencie a notoriedade de determinado indivíduo no quadro partidário em que se insere…

Trata-se de vergonha inominável e, muito a propósito, de horrível ofensa a tantos e tantos estudantes – em especial aos trabalhadores-estudantes e, nomeadamente funcionários públicos – que, com sacrifícios de toda a ordem, conseguem frequentar cursos universitários, com percursos dificílimos, no termo dos quais, obtida a licenciatura, raramente são reclassificados no sentido de que a sua nova condição de licenciados também se traduza em melhoramento do vencimento auferido.

Perante casos tão eloquentes como os de Sócrates e Relvas, que exemplo estamos a passar às crianças e jovens deste país, a quem pedimos empenho no estudo, autodisciplina, respeito pelas instituições e um sério envolvimento cívico? Para quê, se qualquer habilidoso bem posicionado fura o esquema e, sem a mínima qualificação ou especial mérito, atinge posições de destaque nas máquinas partidárias que o catapultam para a esfera da decisão política, na mais alta ribalta da perversão institucionalizada?

Ah, como nos poderíamos congratular se a crise que atravessamos apenas tivesse perfil e contornos económico-financeiros

 
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Relvas/Lusófona [II]

Ainda na sequência do texto que, anteontem, subscrevi e aqui publiquei, gostaria de vos propor que articulassem este triste mas extremamente sintomático episódio – reduzido à evidência do reconhecimento de um percurso de experiência profissional, creditado através de um sistema de unidades capitalizáveis – com outros envolvimentos nada despiciendos, em que interesses da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e do actual ministro de Portugal poderão ter-se cruzado:

1- Miguel Relvas tem substanciais interesses de negócios em vários países lusófonos, nomeadamente, no Brasil e em África (actividade suspensa devido à sua integração no Governo de Portugal);

2- A ULHT é o maior negócio de Ensino Superior Privado em Portugal, constituído por cinco empresas: a Cooperativa de Formação e Animação Cultural (COFAC), a Escola Superior Ribeiro Sanches, a Real Academia de Portugal, a Cooperativa de Formação, Desenvolvimento e Solidariedade (FIDES) e a Sociedade de Estudos Superiores de Contabilidade (SESC), com uma frequência de cerca de 45.000 alunos:

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT);
Universidade Lusófona do Porto (ULP);
Instituto Superior de Ciências da Administração (ISCAD);
Escola Superior de Educação Almeida Garrett (ESEAG);
Instituto Superior D. Dinis (ISDOM);
Instituto Superior Politécnico do Oeste (ISPO);
Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT);
Instituto Superior de Gestão (ISG);
Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches (ERISA);
Instituto Superior das Novas Profissões (INP);
Escola de Altos Estudos de Turismo de Óbidos (ETUR);
Real Colégio de Portugal (RCP);
ISLA GAIA; ISLA LEIRIA; ISLA SANTARÉM;

3- A Universidade Lusófona mantem substanciais negócios em vários países
ISLA GAIA; ISLA LEIRIA; ISLA SANTARÉM;

3- A Universidade Lusófona mantem substanciais negócios em vários países lusófonos:

Universidade Lusófona da Guiné, em Guiné-Bissau;
Universidade Politécnica , em Moçambique;
Faculdade Paraíso (FAP), no Brasil;
Colégio Paraíso, no Brasil;
Faculdade Mario Schenberg, no Brasil;
Colégio Mario Schenberg, no Brasil;
Universidade Lusófona de Cabo Verde, em Cabo Verde;
Faculdade de Ciências Gerenciais da Bahia, no Brasil;
ISUPE - Universidade Lusófona de Angola IEG - Instituto de educação em gestão.

PS:

Já noutro registo, ainda que relacionável com o anterior, tenham em consideração, por um lado, o facto de a IURD [sim, estão a ler bem, i.e., a Igreja Universal do Reino de Deus] ter entrado com grande força e empenho em Angola estando prestes a iniciar a construção de uma universidade e, por outro, a circunstância de a Maçonaria (Regular) se estar a instalar com grande vitalidade nos países lusófonos.

 
 

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