[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 1 de maio de 2013



Primeiro de Maio,
caminho no tempo largo


No dia de hoje, em que a comunidade nacional vive uma tão difícil situação, sinto-me a viver um Primeiro de Maio global, cheio de esperança no resultado de várias dinâmicas promissoras, em que a dimensão religiosa está muito presente.

O homem religioso que sou não pode deixar de ser optimista e de pensar, por exemplo, com Teihard de Chardin, que o caminh
o da Humanidade visa e caminha para a Perfeição, apesar de tanto dislate, de tanto disparate. E que, no seu percurso dialéctico, o Homem avança, pára e, por vezes, recua dramaticamente para, logo de seguida, recuperar.

Impõe-se assumir uma atitude consentânea e, portanto, compatível com a noção do Tempo que mais convém ao Homem. Mergulhado na realidade comezinha de um quotidiano muito problemático, quem se deixar apanhar por uma perspectiva «limitada» do Tempo, está 'número um' para incorrer, senão no desespero, pelo menos, num negativismo que, inevitavelmente, o empurrará para os caminhos do mais árido pessimismo.

Quanto mais a noção do Tempo for balizada pelo limite médio da vida individual, tanto pior. Pois se há tantos objectivos, afins da felicidade dos homens, relativos ao melhoramento da qualidade de vida, que ultrapassam essa marca, como manter a confiança no seu alcance se tão curta for perspectiva?

Por exemplo, pode limitar a esperança saber de antemão que o designado Projecto Europeu, algo com séculos de história, que ganhou uma vitalidade especial no fim da Segunda Grande Guerra, não vai alcançar os seus objectivos fundamentais durante o tempo vital da minha geração?

E um mundo cada vez mais preocupado com a ecologia, mais informado, a pensar cada vez mais no Ser do que no ter? O que dizer destes que são projectos nunca terminados? E o que tem a comemoração do Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, a ver com estas reflexões? Bem, eu acho que tem tudo!
 
 

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