[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 10 de maio de 2013


Vistas largas


Neste texto, o Prof. Fernando Seara deixa imensas pontas por onde se lhe pegue. Eis as que, mais imediatamente, me suscitam a partilha e a troca de algumas impressões que, de algum modo, são coincidentes com as que, no Primei
ro de Maio, já vos propus num outro texto subordinado ao título 'Primeiro de Maio, caminho no tempo largo'

O Regime tem todas as condições para que venhamos a resolver a contento as dificílimas questões que nos coube enfrentar como comunidade. Por muito cáustica que seja a situação actual, a Democracia que se vive na República só nos desafia à maior dignidade, à vida cívica consequente, no respeito pelos valores que herdámos no quadro da nossa cultura mediterrânica e judaico-cristã.

Há que estar à altura, isso é que é verdade. E,em situações limite, como a que vivemos, estar à altura significa estar ainda mais atento para não deixar que a conspurcação continue. Se quiser circunstanciar um pouco mais, sinto que o detalhe da luta que cumpre concretizar em Portugal, passa pela alteração da Lei Eleitoral - já que, com a actual, se perpetua no poder uma classe política medíocre e esgotada - e, em simultâneo, envidar os maiores esforços no sentido de capacitar os cidadãos com os instrumentos de Educação, Formação e Instrução, ou seja, as armas da literacia, que lhes permitam a participação qualificada na vida comunitária para a vivência da cidadania.

Quando isto acontecer, os cidadãos saberão tomar as rédeas do seu destino. Mas, vamos lá ver, escrever isto mesmo não significa que, sequer, tenha a esperança de ver o processo resolvido no meu tempo de vida. Vai levar tempo, muito tempo.

Vem a propósito confirmar o que não me canso de partilhar. O meu optimismo é, de facto, relativo a este «Reino» e é deste «Mundo». Sou e estou optimista. Se assim não fosse, não me poderia afirmar cristão, católico, crente no princípio de que a humanidade caminha para a perfeição, num ritmo dialéctico, que já os clássicos tinham apontado, o mesmo que iluministas, como Hegel, actualizaram.

Claro que, neste contexto, importa perfilhar a noção adequada do Tempo, ter vistas largas, as únicas que nos podem libertar da angústia e da pressão do curto prazo e, muito, muito, muito menos, de prazos tão curtos como os das legislaturas...


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