[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 3 de junho de 2013


... e a caravana passa...
Em Sintra, também


Durante o fim de semana, em todos os supermercados de Sintra e de todo o país, mais uma campanha do Banco Alimentar contra a Fome. Um espanto como, apesar de tanto constrangimento, as pessoas continuam a evidenciar tanta generosidade. Quase duas mil e quinhentas toneladas de alimentos que, no concreto mundo de necessidades sem paralelo em tempos mais ou menos recentes, vão mesmo aliviar o sofrimento de quem tem os horizontes cortados.

Na actual situação de carência, de miséria e fome declarada, se não fosse a acção do Banco Alimentar, não sei mesmo como seria. É que as tão reclamadas respostas institucionais que deveriam enquadrar, mitigar e, definitivamente, resolver casos que tais, pura e simplesmente, não tiveram condições para acontecer no passado mais ou menos recente, não têm actualmente e não prevejo que possam aparecer a breve trecho, a menos que alguém tenha escondida uma varinha de condão...

Natural e evidentemente, é com a maior ênfase que todos subscrevemos a solução das respostas institucionais. Não esqueçam que liquidamos impostos similares aos do Norte da Europa... De há muitos anos a esta parte, se a boa gestão da coisa pública imperasse, estaríamos a dar a César, provavelmente, mais do que o necessário para que não fôssemos confrontados com a situação que nos aflige diariamente, de miúdos que não comem o que devem, de famílias no desespero.

No entanto, com uma classe política gasta, medíocre – e, tal como Mário Soares, há poucos dias, afirmou em relação a António Seguro, com um líder frouxo à frente do maior partido da oposição – muito difícil será, nos próximos anos, mesmo com novo Governo, dispensar a meritória actuação do Banco Alimentar contra a Fome que, é bom lembrar, já actuava, e muito bem, com governos anteriores. Sim, que a fome não é de hoje…

Desta vez, os media e as redes sociais deixaram em paz Isabel Jonet que, manifestamente, não sabe nem quer ocupar os lugares da ribalta nos jornais e telejornais. Em seu sossego, tão discreta quanto eficientemente, milhares de voluntários fizeram a obra imprescindível. Só há que continuar a participar e agradecer.
 
 

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