[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 20 de agosto de 2013



Antonio Salieri
[Legnago, 18 de agosto de 1750 – Viena, 7 de maio de 1825]

 
[facebook, 18.08.2013]
 
 
Nasceu há precisamente duzentos e sessenta e três anos. Não foi, de modo algum, um compositor menor como, por exemplo, se poderia depreender a partir da peça de teatro "Amadeus" de Peter Schäffer - que é tudo o que quiserem mas, jamais uma biografia histórica! - de que Milos Forman se serviu para o argumento do filme homónimo.

Como sabem os que têm lido os meus textos sobre Mozart, uma das preocupações que mais me tem animado é a de contribuir para a recuperação da consideração que Antonio Salieri merece como compositor de mão-cheia, ele que tinha por Amadé um especialíssimo apreço, aliás correspondido, como já demonstrei através da transcrição de uma carta deste para a mulher, Constanze, quando "Die Zauberflöte" [A Flauta Mágica] já era um êxito em Viena.

Integro-me num movimento internacional de defesa da reputação de Salieri cuja «titular» máxima é Cecília Bartoli. A nossa verdadeira devoção por Mozart não autoriza a continuação de uma ignorante cruzada contra Salieri, razão pela qual não deixamos de aproveitar as mais variadas ocasiões para desfazer os equívocos que, infelizmente, ainda proliferam.

Salieri era um compositor com imensos recursos e pedagogo de tal modo famoso que foi procurado por Beethoven, Czerny, Hummel, Liszt, Meyerbeer, Schubert, Süssmay para, junto dele, colherem o melhor do seu ensinamento. Aliás, até o filho mais novo de Mozart, Franz Xaver, foi aluno de Salieri.

De qualquer modo, sobre o calibre de um grande artista «fala» a obra. Ou é ou não é capaz. Nada melhor do que ouvir para ajuizar. Para vos «falar» de Salieri, gostaria de propor o seu "Piccolo Requiem", obra de 1804, com um curioso subtítulo: 'composto da me, e per me, Ant. Salieri, piccolissima creatura'. [Pequeno Requiem, composto por mim, e para mim, Ant. Salieri, pequeníssima creatura].

Façam justiça a esta peça. Ouçam as partes que vos apresento, accionando cada uma das referências pela ordem indicada. E, finalmente, mais uma vez, tenham em consideração que Peter Schäffer e Milos Forman tiveram toda a liberdade para partir de alguns factos biográficos mas não pretenderam dramatizar ou cinematizar uma biografia de Mozart.

Boa audição!
http://youtu.be/iy523_JQiso
http://youtu.be/fkyJxbtcRCE
http://youtu.be/CXpNhcSBKBM
http://youtu.be/WJHyEVpWiK0
http://youtu.be/sX018m7Pd_M
 

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