[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 4 de outubro de 2013



 
 
O vosso envolvimento e opinião é importante para o rumo que vamos dar ao nosso movimento.

Concordam com a possibilidade de criarmos uma associação cívica Sintrenses com Marco Almeida para darmos continuidade ao nosso trabalho?



Meu Caro Marco Almeida,



em primeiro lugar, gostaria que entendesse o meu comentário como o de alguém que, não tendo estado directamente envolvido na sua candidatura, a acompanhou com todo o interesse e que, através dela, tem aprendido os sinais que importa reter acerca de uma incipiente mas extremamente importante mudança que parece estar a acontecer na vida política nacional. De facto, até parece haver quem se dê ao luxo de menosprezar evidências claríssimas de uma transformação que está em curso. Esse, porém, não é o meu caso e, pelas reacções que está obtendo, também não é o de muitos e empenhados cidadãos.sinais que importa reter acerca de uma incipiente mas extremamente importante mudança que parece estar a acontecer na vida política nacional. De facto, até parece haver quem se dê ao luxo de menosprezar evidências claríssimas de uma transformação que está em curso. Esse, porém, não é o meu caso e, pelas reacções que está obtendo, também não é o de muitos e empenhados cidadãos.

Depois desta introdução e, na resposta ao desafio que a sua pergunta encerra, deixará que comece já por afirmar que excêntrico, antinatural, incompreensível, ininteligível, seria não capitalizar a força anímica de dezenas de milhar de cidadãos que, uma vez integrados no movimento que lançou, estou em crer que vão disponibilizar-se no sentido de institucionalizar um movimento cívico que tem todas as condições para poder singrar.

Por outro lado, sendo imparável, a nível nacional, o processo em curso relativo às atitudes independentes, igualmente considero que aquilo que aconteceu em Sintra, à volta da sua candidatura, constituindo um dos casos mais expressivos no todo português, só pode continuar e evoluir para a plataforma de cidadania, activa e efectivamente interventiva, que os seus membros tiverem por mais conveniente.

Este, de Sintra, é um pioneirismo que não pode nem deve enjeitar-se. Tal como alguns dos intervenientes que, no seu mural do facebook, comentaram a sua mensagem, também me parece que a designação do movimento não é factor de somenos, devendo merecer a devida reflexão.

Igualmente, estou em crer que uma dos primeiros e mais importantes objectivos do Movimento deveria privilegiar um grande investimento na radical modificação da Lei Eleitoral vigente e substituição por dispositivo legislativo conveniente e adequado ao acolhimento das candidaturas que advogamos, independentes dos partidos do designado «arco do poder» e da «alternância».

De facto, não carece de mais evidente demonstração, que a Lei Eleitoral em vigor tem permitido a perpetuação no poder de uma classe política desqualificada, envelhecida, em muitos casos corrupta, que o Marco Almeida repudiou com a sua atitude de afastamento, assumindo uma dissidência que é muito mais do que isso e, por isso, suscita tantos engulhos e incompreensões, mesmo por parte de muitas pessoas de bem enquadradas nos referidos partidos.

Esta mesma Lei Eleitoral, geradora de uma classe política, com as negativas características que tão facilmente se elencam, é o instrumento matricial que, ao fim e ao cabo, devemos responsabilizar pelo flagrante desânimo que, acto eleitoral após acto eleitoral, se vai traduzindo num cada vez maior afastamento dos cidadãos da coisa política, ou seja, da vida da cidade, da cidadania e da coisa pública, da República, e adquirindo expressão através dos tenebrosos números da abstenção, dos votos brancos e nulos que ultrapassam os cinquenta por cento do eleitorado.

Entendo, por exemplo, que enquanto outro não for o quadro eleitoral de referência, será impossível caminhar para a solução dos círculos uninominais que, não constituindo uma panaceia, se articulados com outros instrumentos de análoga pertinência, estarão na base da serena reviravolta que importa introduzir, no sentido de não continuar a colaborar na autêntica subversão dos mecanismos da Democracia e do próprio Estado democrático de Direito.

Finalmente, em génese, um tal Movimento, que se apresente à comunidade como promotor da mudança a concretizar, não pode deixar de contemplar uma seríssima componente de rectaguarda que, com seus estudos e pareceres, habilite os decisores à apresentação das propostas inovadoras e corajosas que, para a sua própria sobrevivência, importa ter em consideração.

Um forte abraço,

João Cachado

 
 

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