Efeméride cinematográfica
18 de Novembro de 1964
[facebook, 18.11.2014]
Estreia de "Belarmino" de Fernando Lopes, no cinema Avis, em Lisboa. O filme também é uma grande alegoria de um estado de coisas então vigente e, como tal, não raro, constituía pretexto para projecções, nas mais inesperadas salas, como manifesto contra o regime de então.
Lembro-me muito bem, um dois anos depois, já aluno da Faculdade, de ter estado com o realizador Fernando Lopes e com outros amigos - que, mais tarde integrariam a CDE, onde também militei antes e depois do 25 de Abril - num Serão para Trabalhadores, em instalações da então FNAT (hoje INATEL), para debater a fita no final da projecção.
E, com imensa emoção, meio século depois, recordo «outras cenas» que articulam com este episódio, cruzando-se no enriquecimento de um espantoso legado que, infelizmente, nem sempre temos sabido honrar em plenitude para que, hoje em dia, outra fosse a face deste país tão causticado.
E, muito naturalmente a propósito, outra estupenda memória, de Alexandre O'Neil, outro comparsa destas lides:
Amigos pensados:
Belarmino
Tiveste jeito, como qualquer de nós,
e foste campeão, como qualquer de nós.
Que é a poesia mais que o boxe, não me dizes?
Também na poesia não se janta nada,
mas nem por isso somos infelizes.
Campeões com jeito
é nossa vocação, nosso trejeito.
Esperam de 1 a 10 que a gente, oxalá, não se levante
- e a gente levanta-se, pois pudera, sempre.
Mas do miudame levámos cada soco!
Achas que foi pouco?
Belarmino:
Quando ao tapete nos levar
A mofina,
Tu ficarás sem murro,
Eu ficarei sem rima,
Pugilista e poeta, campeões com jeito
E amadores da má vida.
_________________
Então, com uma especial «dedicatória» ao nosso querido amigo Pedro Ventura
um bom visionamento!
http://youtu.be/XaZHL35RlXs
18 de Novembro de 1964
[facebook, 18.11.2014]
Estreia de "Belarmino" de Fernando Lopes, no cinema Avis, em Lisboa. O filme também é uma grande alegoria de um estado de coisas então vigente e, como tal, não raro, constituía pretexto para projecções, nas mais inesperadas salas, como manifesto contra o regime de então.
Lembro-me muito bem, um dois anos depois, já aluno da Faculdade, de ter estado com o realizador Fernando Lopes e com outros amigos - que, mais tarde integrariam a CDE, onde também militei antes e depois do 25 de Abril - num Serão para Trabalhadores, em instalações da então FNAT (hoje INATEL), para debater a fita no final da projecção.
E, com imensa emoção, meio século depois, recordo «outras cenas» que articulam com este episódio, cruzando-se no enriquecimento de um espantoso legado que, infelizmente, nem sempre temos sabido honrar em plenitude para que, hoje em dia, outra fosse a face deste país tão causticado.
E, muito naturalmente a propósito, outra estupenda memória, de Alexandre O'Neil, outro comparsa destas lides:
Amigos pensados:
Belarmino
Tiveste jeito, como qualquer de nós,
e foste campeão, como qualquer de nós.
Que é a poesia mais que o boxe, não me dizes?
Também na poesia não se janta nada,
mas nem por isso somos infelizes.
Campeões com jeito
é nossa vocação, nosso trejeito.
Esperam de 1 a 10 que a gente, oxalá, não se levante
- e a gente levanta-se, pois pudera, sempre.
Mas do miudame levámos cada soco!
Achas que foi pouco?
Belarmino:
Quando ao tapete nos levar
A mofina,
Tu ficarás sem murro,
Eu ficarei sem rima,
Pugilista e poeta, campeões com jeito
E amadores da má vida.
_________________
Então, com uma especial «dedicatória» ao nosso querido amigo Pedro Ventura
um bom visionamento!
http://youtu.be/XaZHL35RlXs
Sem comentários:
Enviar um comentário