[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 15 de junho de 2015



Quinta da Ribafria,
novos tempos



[facebook, 13.04.2015]

É com a maior satisfação que «acompanho» Rui Pereira nesta jornada em que a Escola Profissional de Recuperação do Património - onde fui professor durante quase vinte anos - aqui aparece em trabalhos de requalificação da Quinta da Ribafria.
...
Naturalmente, porque Património é memória e eu tenho memória, não posso deixar de lembrar que, no princípio da década de 90 do século passado, alunos desta mesma escola participaram em trabalhos de recuperação deste mesmo espaço. E lembro que tudo ficou impecável.

Em 17 de Maio do ano passado, integrado numa visita organizada por Fernando Morais Gomes, presidente da Alagamares Cultura, tive um dos maiores desgostos como militante da defesa do património de Sintra ao testemunhar a degradação de um espaço que nos é tão caro como este santuário da Renascença. Como foi possível um tal desleixo, com tão nefastas consequências, ao ponto de não se reconhecerem determinados sítios?

Subsequentemente, o grupo de que fiz parte reuniu várias vezes, tendo redigido um documento de síntese sobre o momento actual e, fundamentalmente, com o objectivo de apresentar propostas de actuação futura na Quinta da Ribafria, nos diferentes domínios do lazer e preenchimento de tempos livres, animação cultural, articulando com uma vertente de ocupação hoteleira, sempre com a preocupação de compatibilidade desta com as precedentes.

Quase um ano depois, já no próximo dia 25 de Abril, a Ribafria vai abrir portas ao público para um primeiro período de usufruto do local. Naturalmente, é na maior expectativa que aguardo pela data em que todos teremos oportunidade de verificar como o trabalho de militância de um grupo atento às questões mais gritantes de degradação do património resultou em alerta profícuo, tendo sido acolhido pela Câmara Municipal de Sintra com o respeito com que os eleitos locais reconhecem o exercício da cidadania.

A terminar, na justa medida das minhas limitadas possibilidades, apelo à presença de quem ali possa deslocar-se. Tenho a certeza de que será uma excelente ocasião para celebrar Abril, certo é que de modo sui generis, mas perfeitamente adequado.

AT: É vasta e muito interessante a galeria de fotos que vale a pena percorrer até chegar às institucionais figuras do Presidente Basílio Horta e do Vice Presidente Rui Pereira que, estando de parabéns, rematam muito bem...
 
Ver mais
Foto de Escola do Património.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto de Escola do Património.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto de Escola do Património.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola do Património adicionou 22 fotos novas ao álbum REPORTAGEM RTP2#QUALIFICAR+.
Na passada terça-feira, a equipa de reportagem da RTP2 do programa "QUALIFICAR+" esteve na nossa escola e acompanhou-nos numa visita à Quinta da Ribafria, onde ...os alunos do curso de ACR estão a promover várias intervenções de conservação e restauro nas cantarias da Quinta. Nesta visita à quinta tivemos o privilégio da companhia do Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Dr. Basílio Horta e do Exmo. Sr. Vice Presidente, Dr. Rui Pereira.
 


Gulbenkian,
Ontem, 12.04.2015, às 19.00 Grande Auditório
 
[facebook, 13.04.2015]
 
'Il Pomo d'Oro', sob a direcção de Dmitry Sinkovsky, no âmbito da Assinatura dos concertos de Música Antiga. Programa com obras de Antonio Vivaldi e Domenico Scarlatti.
 
Sem margem para qualquer dúvida, um dos momentos mais fortes de toda a Temporada Gulbenkian 2014/15. Música barroca que nos é devolvida numa expressão de autenticidade e de empenho verdadeiramente notáveis.' Il Pomo d'Oro', de facto, entre os excelentes agrupamentos afectos a este período da História da Música.

Sinkovsky é um extraordinário virtuoso, senhor de uma sensibilidade que nada esconde em palco. Ali às escâncaras, toda a linguagem gestual, todos os meneios, ao ponto de gerar alguns comentários menos positivos por parte de quem prefere uma postura mais serena. Toca um instrumento absolutamente espantoso, um espectáculo dentro do espectáculo que é 'Il Pomo d'Oro'.

Público entusiasmadíssimo. Meia hora de extras em que Sinkovsky também teve oportunidade de partilhar connosco a faceta de contratenor, uma outra das suas vertentes do completo músico que é. Enfim, mais um privilégio que a Gulbenkian nos concedeu.

Muito me lembrei de Luís Miguel Lavrador que ontem celebrou o aniversário. Homem preocupado com questões de interpretação da grande Música, para ele, em especial, esta proposta do RV 246 em Ré menor, peça que ontem lá escutámos, aqui também numa abordagem dos mesmos músicos.

Boa Audição!
 
 
 
 

12 de Abril
Efemérides mozartianas
 
 
[facebook, 12.04.2015]
 
 
- 1. 12 Abril de 1784
Viena: Compositção do Concertp para Piano e Orquestra em Sol Maior, KV. 453 [I]

00:00 - Allegro
11:28 - Andante
22:01 - Allegretto -- Presto


Interpretação de Murray Perahia que também dirige a English Chamber Orchestra

- 2. 12 Abril de1791
Viena: Composição do Quinteto de Cordas em Mi bemol KV. 614 [II]

I. Allegro di molto
II. Andante
III. Menuetto, allegretto
IV. Allegro


Interpretação do Orlando Quintet

Boa Audição!

https://youtu.be/B_tt2SLGQwM [I]
https://youtu.be/vBjX2UXB8a4[II]
 
 
 
 


Burocracia asfixiante!
Processo kafkiano!


[facebook, 12.04.2015]


É verdade, já sabemos que, entre nós, o horror está institucionalizado em muitas instâncias. Mas, de cada vez que um caso como o do Lucas nos desafia, não podemos deixar de perguntar como é que nos podemos dar ao luxo de o perder...

 
 
 
 
 
Mãe adiou processo de legalização por não ter dinheiro para o pagar. Por causa disso, Lucas não está em situação de pedir a nacionalidade portuguesa, embora...
publico.pt
 
 


Gulbenkian,
Grande Auditório, 19.00
 
Divino Sospiro,
Orquestra e Coro
 
[facebook, 11.04.2015]
 
 
O meu amigo Massimo Mazzeo dirigirá a Oratória "Gioas, re di Giuda", de Pedro Antonio Avondano, contando com as vozes solistas de
Gema Bertagnolli, soprano
Ana Quintans, soprano
Filipo Mineccia, contratenor
Agatha Bienkowska, mezzo
Fernando Guimarães, tenor
Nuno Dias, baixo
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Passo a transcrever a informação geral constante do 'Almanaque' da Temporada 2014/15:
Filho do exímio violinista genovês Pietro Giorgio Avondano - um dos vários músicos mandados contratar por D. João V para imprimir uma estética italiana na corte portuguesa, Pedro António Avondano seguiria as pisadas do pai na adoção do violino e no ingresso na Orquestra da Capela Real. Nascido em Lisboa, seria um dos primeiros músicos portugueses a destacar-se na corte de D. José I, cabendo-lhe a honra de inaugurar a apresentação de óperas nacionais na corte, ao estrear, em 1765, Il Mondo della Luna, com libreto do dramaturgo italiano Carlo Goldoni.
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Estou na maior expectativa! Para já, o que posso partilhar convosco é esta 'amostra' que, como verificarão, só augura o que há de melhor. E n não há qualquer engano no anúncio supra: 'Divino Sospiro, Orquestra e Coro'. O Coro estreia hoje!


Boa Audição!


 


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Divino Sospiro publicou um vídeo novo.
 
Os nossos ensaios da oratória GIOAS RE DI GIUDA continuam! Neste pequeno exemplo podem ouvir a mezzo-soprano Agata Bienkowska no papel da pérfida Atalia. Não esqueçam: dia 11, Sábado, às 19, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian!



11 de Abril de 1770
Efeméride mozartiana
 


[facebook, 11.04.2015]


Durante a célebre viagem a Itália e estada em Roma. Este foi o dia em que Wolfgang Mozart deu mais um sinal do génio que era e da sua relação absolutamente excepcional com a Música. Através de carta remetida de Roma para sua mulher em Salzburg, Leopold conta que, durante as matinas, Wolfgang tinha escutado, pela primeira vez, o "Miserere" a 9 vozes de Giorgio Allegri, peça que, mais tarde, em casa, reproduziu, escrevendo de memória...

Este episódio é tanto mais extraordinário quanto, a partir de determinada altura, o Vaticano impedira a difusão de cópias das obras musicais de suporte ao serviço do culto na Capela Sistina durante a Semana Santa. No entanto, antes de 1770, três cópias tinham sido oferecidas a Leopold I, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, ao Rei de Portugal e ao Padre Padre (Giovanni Battista) Martini. De qualquer modo, nenhuma conseguira registar a beleza da obra que, uma vez por ano, era cantada na Capela Papal.

Mais tarde, também Mendelssohn e Liszt a transcrevem, tendo-se tornado numa das peças mais apreciadas da polifonia renascentista. Na verdade foi concebida para dois coros, um de 5 e outro de 4 vozes (as tais 9 supra referidas), para o Seviço das 'Tenebrae' (Trevas), canto durante o qual as velas se iam extinguindo, uma a uma, até à escuridão total. Um dos coros canta uma versão simples do Miserere original e o outro, espacialmente separado, canta um 'comentário' ornamentado acerca do anterior.

Bem, é obra lindíssima, de facto, inesquecível, tal é o celestial ambiente. A interpretação que vos proponho é a do Choir of Claire College, Cambridge, sob direcção deTimothy Brown. Para que melhor possam aceder, eis o texto em Latim e em tradução para Português.
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Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.
Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut justificeris in sermonibus tuis, et vincas cum judicaris.
Ecce enim in iniquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea.
Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperges me hysopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea justitiam tuam.
Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium justitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.



Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões.
Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado.
Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue.
Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me.
Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe.
Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria.
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei.
Faz-me ouvir de novo júbilo e alegria; e os ossos que esmagaste exultarão.
Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.
Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito estável.
Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito.
Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti.
Livra-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação! E a minha língua aclamará à tua justiça.
Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca anunciará o teu louvor.
Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu os traria.
Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.
Por tua boa vontade faze Sião prosperar; ergue os muros de Jerusalém.
Então te agradarás dos sacrifícios sinceros, das ofertas queimadas e dos holocaustos; e novilhos serão oferecidos sobre o teu altar.

Salmos 51:1-19
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Boa Audição!

 
 
 
The Choir of Claire College, Cambridge, Timothy Brown
 
 
 
 


Investigar
Diagnosticar
Intervir
Saber fazer

... sempre com o maior requinte!
O melhor de Sintra na Parques de Sintra!


[facebook, 10.04.2015]


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Visitas gratuitas
aos monumentos do concelho
- entradas até às 13.00 horas



Aos domingos, os munícipes do concelho de Sintra podem visitar gratuitamente os parques e jardins, os Palácios da Pena, da Vila, de Queluz e de Monserrate, o Castelo dos Mouros ou o Convento dos Capuchos. Para o efeito, apenas devem apresentar documento comprovativo da residência. Portanto, há que saber aproveitar. E, ao aproveitar, igualmente, entender porque não é possível esperar por outras modalidades mais vantajosas de acesso.

A Parques de Sintra Monte da Lua não recebe um cêntimo do Orçamento Geral do Estado. Assim sendo, apesar de se tratar de uma entidade à qual os portugueses e sintrenses tanto devem, ela nada custa aos contribuintes! Ora bem, num país onde, infelizmente, tanta razão de queixa existe e subsiste no domínio do património público visitável, é um privilégio imenso poder contar com uma entidade que, em Sintra, é absolutamente modelar.

Naturalmente, a sua única fonte de receita é a resultante das cobranças da bilheteira. Com tais proventos - como todos sabemos e, por isso, tanto nos orgulhamos - mantém todos os monumentos, parques e jardins na maior impecabilidade, promovendo iniciativas de lazer de recorte cultural do mais alto gabarito, no âmbito das Artes Plásticas, da Música, da Animação da Leitura, jardinagem, etc, etc, além de sustentar campanhas de obras de preservação e recuperação do património natural e edificado ao seu cuidado, com uma tal qualidade, que vem recebendo os mais notáveis prémios internacionais e um inequívoco reconhecimento geral.

Muito gostaria de saber se, realmente, as famílias residentes em Sintra estão atentas a esta possibilidade de visita gratuita, aproveitando-a na justa medida das possibilidades que se lhes oferecem. É que, de facto, tenho a certeza de que tal não sucede. Até já apresentei números que o confirmam. E, santo Deus, se o nosso é um concelho beneficiadíssimo, onde estão sediados os monumentos mais visitados do país. Só a título de exemplo, o Palácio da Pena recebe mais visitantes que os Jerónimos!...

Com tais lugares mesmo «à nossa porta», porque não vejo eu, aos domingos de manhã, muito mais portugueses - e sintrenses... - nos parques, jardins e monumentos que dependem da Parques de Sintra Monte da Lua? Pois, no que à minha família diz respeito, como «estamos tão abonados como os demais» e fazemos continhas, é precisamente aos domingos de manhã, que tanto nós como as filhas, genros, netos e amigos de Sintra procuramos não desperdiçar vantagem tão óbvia.
Ao abordar esta questão, não raro, me dizem que, em vez de visitarem o Chalé da Condessa ou o Palácio da Pena, Monserrate, Queluz etc, aos domingos, muitos munícipes preferem outros destinos. Naturalmente. Muito bem. Farão o que e como entenderem. Apenas se espera que esses mesmos não se queixem de falta de oportunidade de acesso, afinal, nas melhores condições possíveis, ou seja, totalmente grátis...

E, a rematar, têm música!...

Finalmente, para todos os meus leitores e, em especial, dirigida àqueles que comigo partilham esta conhecida admiração pelo esplêndido trabalho que a Parques de Sintra Monte da Lua leva a cabo em Sintra, aqui vos trago e proponho a melhor música.

Como sabem, a orquestra barroca 'Divino Sospiro' e Massimo Mazzeo têm uma relação preferencial com a PSML, circunstância que bem patente ficou no primeiro ciclo da Temporada Tempestade e Galanterie no Palácio de Queluz. Como poderão confirmar, interpretam a «nossa» música barroca, com inexcedível empenho e qualidade. Numa gravação colhida, ao vivo, na Capela da Bemposta, aí têm, de Pedro António Avondano, o primeiro andamento da Sinfonia em Fá Maior.


Boa audição!


http://youtu.be/zwP7-JDEDWc

 
 


10 April de 1782
Efeméride mozartiana
 
[facebook, 10.04.2015]
 
 
Viena, data em que Mozart compõe a peça cuja audição vos proponho. Trata-se da Ária "Nehmt meinen Dank, ihr holden Gönner" para soprano KV. 383 que seria estreada pela cunhada, Aloysia Weber Lange, irmã da sua mulher Constanze. Aloysia, que foi o primeiro grande amor de Wolfgang, casaria com Joseph Lange, actor e pintor amador, que nos deixou aquele que será o retrato mais fiel do compositor.
...
Muitas são as cantoras que interpretam esta Ária. Pessoalmente, prefiro Schwartzkopf. A gravação foi obtida, ao vivo, num dia 10 de Abril de 1955, portanto, há quase sessenta anos. E não conheço quem, posteriormente, tenha feito melhor.

Para facilitar o acesso à obra, além do original, em Alemão, aqui também vos deixo uma tradução do texto para Inglês.

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Nehmt meinen Dank
Nehmt meinen Dank, ihr holden Gönner!
So feurig, als mein Herz ihn spricht,
Euch laut zu sagen, können Männer,
Ich, nur ein Weib, vermag es nicht.
Doch glaubt, ich werd' in meinem Leben
Niemals vergessen eure Huld;
Blieb' ich, so wäre mein Bestreben,
Sie zu verdienen, doch Geduld!

Von Anbeginn war stetes Wandern
Der Musen und der Künstler Los;
Mir geht es so wie allen Andern,
Fort aus des Vaterlandes Schoss
Seh' ich mich von dem Schicksal leiten.
Doch glaubt es mir, in jedem Reich,
Wohin ich geh', zu allen Zeiten
Bleibt immerdar mein Herz bei Euch.


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Thank you my friends, I sing it proudly,
as ardent thanks as heart can speak;
a man may sing your praises loudly,
but woman's voice is duly meek.
Believe my memory will keep you ever,
cherished for kindness shown a friend;
staying, I would have made it my endeavor,
to serve you gladly till the end!
Since time began, the Fates decided
that artists consistently must roam,
and so with me, by Muses guided,
I leave my fatherland and home.
My destiny has thus decreed it.
But oh! In every land that calls and lures,
where're I go, I shall concede it,
You hold me, for my heart is yours.



Boa audição!

 
 
 
 
 
 
Elisabeth Schwarzkopf sings " Nehmt meinen Dank", KV 383 by Wolfgang Amadeus Mozart
 
 
 





Rota da Água
- o desconforto de cenas lamentáveis


[facebook, 09.04.2015]

Estamos na Várzea, na Azinhaga do Cancelinho. Este espaço que, em qualquer parte da Europa civilizada, estaria tão cuidado como merece a beleza natural do enquadramento e os arranjos de que beneficiou em 2009 - tal como reza a placa que descerrada, pelo então Vice-Presidente da Câmara Marco Almeida e Adriano Filipe Presidente da Junta de São Martinho, meus bons amigos - neste momento, é o paradigma da proverbial cultura do des...leixo a que, tantas vezes, infelizmente, me refiro.

Ainda «em tosco», as fotos do Sergio Gonçalves falam por si. Contactámos com quem nos aturou, confirmando como o cenário podia não ser como se evidencia. A água, em vez de fluir solta por aquelas lajes, atravessa prados de desvairada e descontrolada vegetação, que matam o efeito idealizado por quem pensou aquele lugar de lazer, propício ao encanto, ao encontro das gentes. Sintomaticamente, sabem o que disfrutava o terreiro? Pois, uma meia dúzia de ovelhas, deliciadas com tanta erva...

Não há direito, meus amigos! Estamos todos em causa. Como deixamos nós que, não só ali mas também por tantos dos locais em que temos registado as impressões convosco partilhadas, como deixamos nós, escrevia eu, que as coisas evoluam deste modo tão negativo? De que raça somos nós feitos que não nos indignamos com estes manifestos de porcaria por todo o lado, deixando de actuar em conformidade?
 
Então, sendo capazes de construir e beneficiar um lugar tão propício como este, depois não somos capazes de o manter? Imaginam como está aquele lavadouro? Tudo partido, grafitado, abusado, vandalizado!! Debaixo do alpendre de madeira que aí está numa das fotos, houve mesa e bancos, mobiliário urbano roubado. Então as coisas foram carinhosa e cordialmente concebidas e concretizadas para que fossem brutalizadas e, finalmente, comidas pelo gado?

Desculpem, mas tal é a minha indignação que não vi modo de deixar de a partilhar convosco. Este também é um prenúncio do que o 'Rota da Água' vai ser, ou seja, labéu acusatório de uma incapacidade que é de todos nós. Não há como negá-la. Perante o que temos visto, eu não consigo isentar-me de responsabilidade.

Foto de Sergio Gonçalves.
Foto de Sergio Gonçalves.

Foto de Sergio Gonçalves.
 
Foto de Sergio Gonçalves.
 
Foto de Sergio Gonçalves.+7
 
 
 


ROTA DA ÁGUA


[facebook, 10.04.2015]


Mais uma tarde de trabalho, com João De Oliveira Cachado, prosseguindo este projeto da Canaferrim - Associação Cívica e Cultural. Hoje em Nafarros.

NB: Ao visionar as fotos encontra comentários.

 


 
Foto de Sergio Gonçalves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto de Sergio Gonçalves. 


 
 
 
 
 
 
Foto de Sergio Gonçalves.