[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 30 de julho de 2015



Infeliz Ibéria...
 
[facebook, 27.06.2015]
 
Diz o povo que quanto mais a gente se baixa, mais o rabo se nos vê. Já há muito tempo se percebeu que nem Passos Coelho nem Mariano Rajoy estão minimamente preocupados com o modo como se vergam e rastejam perante os próceres das designadas instituições... Claro é que, com a sua atitude de meninos mais ou menos bem comportadinhos, envergonhando os povos ibéricos que, perversa mas democraticamente representam, não vão ocupar lugar na História da Europa onde ...Tsipras já tem um nicho.
 
Por cá, há gente a passar mal, muito mal mesmo, crianças com fome que, entrando agora em período de férias escolares, já deixaram de ter uma refeição razoável por dia. Nunca houve tanta pobreza em Portugal, tanta pobreza envergonhada, tanta gente a viver no limiar da pobreza, tantos desempregados, tantos emigrantes em tão pouco tempo.

Através dos discursos enfatuados de Coelho, Portas e Albuquerque, vamos percebendo que o seu calibre de «estadistas» está perfeitamente ao par do dos colegas europeus. O povo sofre horrores, de cabeça baixa, derrotado, infelizmente incapaz de ter quem o defenda em horas tão lamentáveis como as que vivemos, ao passo que, graças a Deus, o povo grego vai podendo evidenciar que é digno da mais fabulosa História dos seus maiores.

Na Ibéria, perante a desconformidade de uma crise que não souberam entender, conluiaram-se Rajoy e Coelho, com o comum património de uma ignorância e pesporrência inimagináveis em tempo de Estado Democrático de Direito que passámos a viver depois de Franco e de Salazar. Como fautores da obra mais miserável dos últimos cem anos nesta latitude, bem podem limpar as mãos às paredes onde a sujidade da sua gritante incapacidade emporcalha a nossa dignidade.

Se, na nossa querida Ibéria, houvesse chefes de governo com a exacta noção de Democracia que Alexis Tsipras tem revelado, ao longo de meio ano de negociações infernais - com os representantes daquela que, no dizer do Papa Francisco, é a «economia que mata» - como herdeiro do património helénico de que é digno e nobre intérprete, certamente que não estaríamos na desgraçada situação em que nos encontramos.

 
 
 

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