Eduardo Prado Coelho
Lisboa, 29 de Março de 1944
(m. 2007)
[publicado no facebook em 29.03.2016]
Um recado inestimável
"(...) Nunca se trata de levar a arte ao povo, mas de levar o povo à arte. Por outras palavras, não vamos pôr os poemas de Pessoa em banda desenhada para serem mais acessíveis, mas devemos desenvolver as estruturas pedagógicas para que as pessoas entendam os poemas tais como eles são. Isto é o ABC de uma política cultural: promover a qualidade e criar dispositivos de ensino que permitam a inteligência adequada dessa qualidade. (...)"
Público, 01.10.2006
___________________
Era um pouco mais velho mas, ainda como estudantes, fomos contemporâneos na Faculdade de Letras de Lisboa. Frequentávamos os mesmos meios e, no fim dos anos sessenta, até passávamos férias em São Martinho do Porto. Ele, com os pais, o saudoso Prof. Jacinto Prado Coelho, com a Maria Eduarda, sua primeira mulher e a filha Alexandra, a gatinhar...
Entre outras funções oficiais, foi Conselheiro Cultural na Embaixada de Portugal em Paris, entre 1989 e 1999 e Director da Delegação de Paris do Instituto Camões, entre 1997 e 1998. No meu caso, tanto como técnico e dirigente do Ministério da Educação bem como dos Negócios Estrangeiros - quando o Instituto Camões foi integrado nas Necessidades - não faltaram oportunidades para que muito nos tivéssemos cruzado, no âmbito das iniciativas culturais que ele propunha, coordenava e concretizava com o alto gabarito que se lhe reconhecia.
O que, informalmente, com ele aprendi foi imenso e sempre com uma elevação de convívio que, ninguém melhor cultivava, fazendo fluir a informação em partilha de absoluto privilégio, tantas vezes em primeira-mão. Era um sujeito encantador, paradigma do grande sedutor, brilhante. Um fascínio!
__________
Na citação, em epígrafe, bem entendemos a tua seriedade Pois é, ir à raíz das coisas. Ser honesto, não ficar pelo fácil e acessório. Ah, que falta nos fazes, Eduardo! Como nos ajudavas a pensar melhor, como nos desafiavas para que déssemos o melhor de nós! Com que então, não há insubstituíveis?!
Finalmente, para ti, o trio final de "Der Rosenkavalier" de Richard Strauss. É, é aquela gravação com a Schwarzkopf, Sena Jurinac e Anneliese Rothenberger, Karajan dirigindo a Filarmónica de Viena. Falámos acerca, não foi? Olha, até já!...
Lisboa, 29 de Março de 1944
(m. 2007)
[publicado no facebook em 29.03.2016]
Um recado inestimável
"(...) Nunca se trata de levar a arte ao povo, mas de levar o povo à arte. Por outras palavras, não vamos pôr os poemas de Pessoa em banda desenhada para serem mais acessíveis, mas devemos desenvolver as estruturas pedagógicas para que as pessoas entendam os poemas tais como eles são. Isto é o ABC de uma política cultural: promover a qualidade e criar dispositivos de ensino que permitam a inteligência adequada dessa qualidade. (...)"
Público, 01.10.2006
___________________
Era um pouco mais velho mas, ainda como estudantes, fomos contemporâneos na Faculdade de Letras de Lisboa. Frequentávamos os mesmos meios e, no fim dos anos sessenta, até passávamos férias em São Martinho do Porto. Ele, com os pais, o saudoso Prof. Jacinto Prado Coelho, com a Maria Eduarda, sua primeira mulher e a filha Alexandra, a gatinhar...
Entre outras funções oficiais, foi Conselheiro Cultural na Embaixada de Portugal em Paris, entre 1989 e 1999 e Director da Delegação de Paris do Instituto Camões, entre 1997 e 1998. No meu caso, tanto como técnico e dirigente do Ministério da Educação bem como dos Negócios Estrangeiros - quando o Instituto Camões foi integrado nas Necessidades - não faltaram oportunidades para que muito nos tivéssemos cruzado, no âmbito das iniciativas culturais que ele propunha, coordenava e concretizava com o alto gabarito que se lhe reconhecia.
O que, informalmente, com ele aprendi foi imenso e sempre com uma elevação de convívio que, ninguém melhor cultivava, fazendo fluir a informação em partilha de absoluto privilégio, tantas vezes em primeira-mão. Era um sujeito encantador, paradigma do grande sedutor, brilhante. Um fascínio!
__________
Na citação, em epígrafe, bem entendemos a tua seriedade Pois é, ir à raíz das coisas. Ser honesto, não ficar pelo fácil e acessório. Ah, que falta nos fazes, Eduardo! Como nos ajudavas a pensar melhor, como nos desafiavas para que déssemos o melhor de nós! Com que então, não há insubstituíveis?!
Finalmente, para ti, o trio final de "Der Rosenkavalier" de Richard Strauss. É, é aquela gravação com a Schwarzkopf, Sena Jurinac e Anneliese Rothenberger, Karajan dirigindo a Filarmónica de Viena. Falámos acerca, não foi? Olha, até já!...
Sem comentários:
Enviar um comentário