Sintra,
Vida cultural comprometida


É verdade que, no largo espectro conceptual dos três 'C', cortar, controlar e condicionar, tão bem assinalados no pertinente e lúcido texto subscrito por João De Mello Alvim, está implícito o perverso factor que determina tudo o resto.

Embora esteja implícito, preciso é escrevê-lo com todas as letras. Mais, impõe-se apontar, denunciar, ridicularizar a IGNORÂNCIA, o tal factor que, afinal, é matriz do quadro negro que tanto nos preocupa.

Não se trata da 'Nova Ignorância' que José Pacheco Pereira tanto se tem afadigado em desenhar contornos e perfil. Não, trata-se da mais velha ignorância, pura e dura que, entre outras façanhas a seu crédito, 'arrasa' o Teatro, descura a recuperação do património municipal em pleno centro histórico de Sintra, consegue descaracterizar e 'acabar' com o mais prestigiado dos Festivais de Música do país, põe a funcionar a Musa - galeria de arte transformada em sui generis museu municipal, condenada à evidente e manifesta visita das moscas!
 
Estes são apenas apontamentos da realidade triste, infeliz mas, naturalmente, não irreversível acerca da qual alguns de nós vão produzindo pequenos textos, aqui e ali, numa partilha de ideias que, circulando restritamente, não tem chegado ao conhecimento geral dos munícipes.

Sem rasgo, sem chama, sem bases estruturais, a «política cultural» da Câmara Municipal de Sintra só tem uma virtude, qual seja a de nos desafiar, sem equívocos, para a partilha generalizada das nossas preocupações, através dos meios mais eficazes.

Ver Mais