[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 3 de fevereiro de 2018



Na teia da intervenção cívica

[Publicado no facebook em 03.02.2018]

"(...) Estou desiludido e cansado, mas calar é abrir o caminho ao erro." [João Diniz]
"(...) Será que se zangou com Sintra? Ou com os sintrenses que o* alertam para o que não se deve fazer?" [Fernando Castelo]
[ * 'Sua Excelência', ou seja, o Presidente da Câmara Municipal de Sintra]
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Aos comentários destes dois amigos, cuja leitura vos recomendo na íntegra, subsequentes ao meu texto subordinado ao título "Senhor Dr. Basílio Horta: - Fugiu-lhe a boca para a verdade!..." respondi de tal modo que julgo não haver qualquer inconveniente em partilhá-la convosco.
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Desiludido, cansado!... Como entendo, meu caro João Diniz. Todos vamos tendo idênticas «crises de desânimo» ao longo dos anos. Mas, como bem sabemos, a esperança acaba por voltar para nos manter à tona.
Fundamentalmente, nunca esqueça, lutamos contra a ignorância. Não tenho a menor dúvida quanto ao facto de muitas das soluções que são propostas pela Câmara Municipal de Sintra até aparecem, digamos, «bem intencionadamente».
Mas não basta. Temos verificado, inequivocamente, que, por parte dos técnicos - que, supostamente, deveriam habilitar os políticos com um quadro de opções pertinentes e actualizadas - e dos políticos que elegemos democraticamente, há uma imensa falta de preparação resultante de desactualização, da falta de informação mais pertinente, e também da ignorância pura e dura.
Não admira que, constantemente, nos sintamos a remar contra a maré. Mas assim no-lo pede a intervenção cívica. Naturalmente, não nos podemos limitar a ir às urnas, de quatro em quatro anos, para que se faça sentir o civismo que, tão apregoado, tem estas formas de permanente atenção e de avaliação ao que os eleitos vão fazendo com o voto através do qual lhes delegamos a nossa quota parte de poder.
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Em acção!
com Goethe...
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Estou em crer que os parágrafos supra, em resposta ao do nosso comum amigo João Diniz também se adequam, como réplica em perfeita sintonia, com o que o meu caro Fernando Castelo acaba de subscrever.
Um dos pensamentos de Goethe que mais tenho presente é o célebre "Nada mais assustador que a ignorância em acção". Ignorância em acção! Assustador, de facto. Não há comunidade, nacional ou local, que mereça ser gerida por ignorantes.
Tal «castigo», é coisa ainda muito mais preocupante porque os eleitos alcançam o poder no termo de um processo democrático, num Estado Democrático de Direito. Claro que é perverso! E, porque assim é, mais nada nos resta do que continuar a lutar, «ao lado» de Goethe...
Em resposta à directa pergunta com que o Fernando Castelo rematou, julgo não ter grandes hipóteses de errar ao afirmar que 'Sua Excelência' - como, tão respeitosamente, o meu amigo se lhe dirige - além de desactualizada, também está muito, muito mal rodeada, em especial, por uma corte de yes-men cujo objectivo, sem fazer quaisquer ondas, é apenas o de se manterem à tona, naquela tão conhecida estratégia de todos os 'chicos-rolha'...
'Sua Excelência' parece mas não está zangada, nem com Sintra nem com os sintrenses. 'Sua Excelência' não sabe, meu amigo, pura e simplesmente, não sabe se há-de pegar com pinças ou com escopo e martelo nas mais e menos críticas situações que enfrentamos. 'Sua Excelência' esbraceja e nisso, a esbracejar, de facto, é excelente!...
[Ilustr: Johann Wolfgang Goethe]

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