São Pedro de Sintra,
- o terreiro da cidadania
- o terreiro da cidadania
[publicado no facebook em 01.02.2018]
Com mais meia dúzia de cidadãos, pertenço ao grupo daqueles que não têm parado e, contra tudo e contra todos, em atitude quixotesca, lutado sem tréguas ao longo de anos e anos, denunciando, interrogando o poder local, arranjando aquilo que costuma designar-se como 'inimigos de borla'...
Actualmente, as coisas estão mudando e no melhor dos sentidos. Ao colocar a maior esperança no QSintra, movimento emergente, cujo Manifesto 'Salvar Sintra' está em apresentação pública e a colher assinaturas [400 são os primeiros subscritores!], gostaria de me reportar a uma acção muito recente.
Precisamente ontem, também como membro da Canaferrim - Associação Cívica e Cultural, integrei um grupo de 8 cidadãos, entre os quais, João F Santos, Nuno Serradas, Catarina Pires, Fernando Wintermantel, Emilia Reis, João Diniz, Ricardo Duarte, Salvador Reis - afectos ao QSintra, que se deslocou à Divisão de Empreitadas da Câmara Municipal de Sintra no sentido de obter mais informações acerca do projecto «de requalificação» do Largo D. Fernando II (Largo da Feira de São Pedro).
Foi uma atitude cívica, muito significativa, ao fim e ao cabo, em continuação do que, acerca do mesmo assunto, já partilhámos em 2016, e que, previsivelmente, vai exigir o nosso maior empenho a breve trecho.
Naturalmente, ontem tivemos oportunidade de esclarecer os técnicos que nos receberam - cumpre assinalar que fomos acolhidos com a maior simpatia - quanto à nossa posição totalmente contrária a qualquer possibilidade de instalar um parque de estacionamento para 100 viaturas no recinto da feira.
De modo algum, nos sujeitamos à ilógica e anacrónica proposta da Câmara Municipal de Sintra que pretende «domesticar» o estacionamento que, actualmente, ali se verifica. Pura e simplesmente, rejeitamos qualquer hipótese de transformar aquilo num parque ainda que o mesmo pudesse parecer muito civilizado.
E tivemos oportunidade de partilhar a ideia de que acolheremos, o mais positivamente possível, toda e qualquer proposta de infraestruturação da praça (águas, esgotos, electricidade, fibras, etc), bem como gostaríamos que fosse reposta a celebérrima Fonte das Rãs.
E, quanto a estacionamento, apenas estaremos receptivos a uma bolsa de proximidade com a capacidade de 30/40 viaturas, fundamentalmente destinada a residentes, nas ruas Serpa Pinto e Marquês de Viana.
O que esperamos da Câmara Municipal de Sintra é, isso sim, o anúncio da instalação dos parques de estacionamento periférico, indissociáveis da resolução mais satisfatória das necessidades de estacionamento de Sintra e que, consequente e integradamente, em articulação com uma coerente rede de transportes públicos resolverão os problemas mais instantes de mobilidade urbana.
É que, só assim, com tais parques instalados a montante, nas três entradas da sede do concelho, poderá ser equacionada a solução que, a jusante, pressuporá o encerramento do trânsito no Centro Histórico, solução em que coincidimos com o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra, não deixando de assinalar que, embora em Sâo Pedro, o Largo D. Fernando II é parte integrante do Centro Histórico de Sintra...
A todos os sintrenses e amigos de Sintra, a chamada de atenção para estas atitudes de intervenção cívica que estão a acontecer, afinal, a exemplo do que já sucedeu no passado, com os casos dos parques de estacionamento da Volta do Duche e do Vale da Raposa.
Neste momento, além da luta pela defesa do património de Sintra, apenas nos limitamos a honrar o legado de quem lutou e continua a lutar pela preservação do património deste lugar único.
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