[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 31 de agosto de 2015




 
 
 
E, assim, claro que sabemos, se evitou que a fome atingisse tantas crianças e suas famílias no concelho de Sintra. E, assim, se atenuaram as perversas consequências da política de desalmada austeridade levada a cabo pelo actual governo nos últimos anos.
 
A verdade é que pouco ou nada se importando com as consequências de experiência tão traumática para os cidadãos, a coligação tem a pouca vergonha, de pedir uma maioria absoluta aos eleitores nas próximas legislativas.

Que descaramento! Que falta de pudor!
 
 
 
À semelhança do que sucedeu em anos anteriores, o Município de Sintra voltou a garantir as refeições escolares durante o período de pausa letiva que agora se...
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Medida de grande alcance



Amanhã será dado um passo muito significativo no quadro de uma cada vez mais eficaz e militante defesa do património natural e edificado de Sintra. A dirigir o Gabinete em questão teremos o Dr. João Lacerda Tavares, nosso grande amigo, grande amigo de Sintra, com décadas de trabalho devotado aos interesses desta terra e em particular do seu património cultural. Para ele, para os seus colaboradores, os meus mais sinceros votos de êxito.

Naturalmente, tanto à Câmara Municipal de Sintra como à Parques de Sintra, nas pessoas dos seus Presidentes, os parabéns pela iniciativa.
 
 
 
A autarquia vai assinar um Protocolo de colaboração com a Parques de Sintra - Monte da Lua, no próximo dia 1 de setembro, às 15h30, nos Paços do Concelho. ...
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Margarida Martins,
Sem título
 
 
Vejam como é possível tão bem começar o dia! Embora a autora, mãe da minha querida amiga Ana Margarida Oliveira Martins, não tenha atribuído título à peça, a família tem-na designado como "A gruta de gelo", nome atribuído que até pode nada tem a ver com a intenção de Margarida Martins...

Com uma especial saudação à pintora, deixo-vos com esta belíssima surpresa que também é um desafio à vossa perscruta dos entendimentos suscitados.
 

Também da minha pintora preferida smile emoticon
 

Lago da Lua



A cerca de trinta quilómetros de Salzburg e em pleno Salzkammergut, Mondsee é de uma irreal beleza, autêntica graça de Deus, terra de privilegio e de múltiplas bênçãos. A Santa Madre Igreja que, como todos sabemos, não dá ponto sem nó, dispõe ali de uma casa para onde, em gozo de merecida aposentação, se retiram Suas Excelências Reverendíssimas, os Senhores Arcebispos depois de Sua Santidade lhes conceder a dispensa da ordem.

Com um certo humor, dizem os locais qu...e, nos seus últimos anos de vida, os prelados se vão acostumando às paisagens celestes… Enfim, ao raiar o dia, pelas seis horas, já é assim. Calma absoluta, de facto, um recanto do Eden. Muita gente ali vai, coitada, tão somente, para visitar a igreja de São Miguel onde decorreram as filmagens do casamento entre Maria e o Capitão von Trapp, do célebre “The Sound of Music”, e nem se apercebe do riquíssimo património cultural a cada passo.
 
Há alguém cuja obra e memória estimo sobremaneira e que sempre recordo a propósito de Mondsee. É August Strindberg que, todos os anos, por esta altura estival, estagiava neste precioso ‘Lago da Lua’, de visita a Friedrich Uhl, pai da sua mulher Frida Strindberg-Uhl. Sabemos o que procurava e também sabemos que colhia e recolhia a paz e o sossego que, tão prodigamente, Mondsee lhe concedia.
 
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Good morning Mondsee!
 


Lapalissade



Mais uma chamada de atenção que devo à minha amiga Yvette Staelin da Stiftung Mozarteum Salzburg. Esta é uma daquelas verdades que qualquer criança agarra com um sorriso de Petit Prince... E, em termos gráficos, é muito eficaz, não acham?
 
 
 
 

 


30 de Agosto de 1585
Morte de Andrea Gabrieli (n. 1532)
 
 
Foi um dos mais famosos Mestres da Capela Coral de São Marcos de Veneza, aliás, tal como seu célebre sobrinho Giovanni Gabrieli. Por ocasião da efeméride, gostaria de dedicar esta sua "Battaglia a 8" aos amigos que foram meus companheiros dos concertos integrados no recente ciclo 'Reencontros - Memórias Musicais de um Palácio', [Palácio da Vila, 5-27 de Junho].
 
É nesse contexto que, tenho a certeza, me acompanham no destaque ao querido Maestro Massimo Mazzeo, que comemora hoje o seu aniversário, para quem vão os nossos mais sinceros e amigos votos de felicidade.

Boa audição!

http://youtu.be/Zr6LjzBtyi4
 
 



30 de Agosto de 1771
Efeméride mozartiana
 
 
Milão: Data provável em que Wolfgang Mozart recebe o libretto de Giuseppe Parini da serenata dramática "Ascanio in Alba" e, imediatamente, começa a trabalhar na sua composição.
 
Tinha apenas com quinze anos de idade, quando escreve esta peça que ainda designaria como 'Festa Teatrale', Passados duzentos e quarenta e quatro anos, para assinalar a data, proponho que ouçamos a Aria 'Cara, lontano ancora´' que tive o privilégio de ouvir, interpretada por este mesmo contratenor, Philippe Jaroussky, em 2011, num extra a um seu recital em Salzburg, durante a Mozartwoche. É uma autêntica festa do canto lírico. Este homem é uma bênção!

Eis o texto:

Cara, lontano ancora,
la tua virtù mi acende:
al tuo bel nome allore
appresi a sospirar.
Invan ti celi, o cara,Giuseppe Parini
quella virtù sì rara
nella modestia istessa
più luminosa appar.


Boa audição!
 
 
 
 
Philippe Jaroussky, countertenor Recorded on 17.04. 2004 in Deauville, live. La Philharmonie de Chambre ,...
youtube.com
 

sábado, 29 de agosto de 2015




Que oportuna esta foto!



Através desta foto, o nosso amigo Pedro Macieira pôde lembrar-nos o tempo em que o Hotel Netto tinha préstimo total. Contudo, precisamente no estado de ruinosa degradação em que actualmente se encontra, a verdade é que o Netto não deixa de continuar sendo uma peça fulcral.

Fulcral e eminentemente didáctica, indispensável, considerarei mesmo, a quem pretenda ensinar e demonstrar o que, jamais, em tempo algum, qualquer comunidade deve autorizar que suceda, durante sucessivas décadas de incapacidade, de incompetência, de negação das virtudes da gestão da coisa pública.

Como é protótipo de tudo isto - e, aliás, de muito mais que tenho pudor em escrever e partilhar - aqui fica uma sugestão para destino exemplar do Netto. Pois, então, pura e simplesmente, que nada se faça. Que se mantenha tal como está, arvorando-o, isso sim, à condição de visitável símbolo da inoperância. Ainda por cima sai baratíssimo e, enquanto museu vivo, constituiria mesmo fonte de rendimento municipal.

Finalmente, no contexto deste mesmo espírito de 'sui generis' intervenção, permitir-me-ia sugerir, como única despesa a considerar, a contratação de um guarda e guia, que além das funções inerentes a um cargo que tal, acumularia a especial incumbência de chamar a atenção dos visitantes para a fachada do Central.

Nesse momento do percurso da visita assumiria a solene postura de funcionário ao serviço de uma entidade abrangida por um regime de território classificado, referindo que àquela superfície azulejar foi aposto o abusivo dispositivo de esplanada que, em qualquer civilizada praça europeia, com idênticas características de enquadramento patrimonial tão sofisticado, seria liminarmente reprovado e proibido.

Ah, Pedo Macieira, vê lá tu o jeitão que me deu esta foto que, tão oportunamente, foste buscar ao baú onde esta e outras guardas para connosco partilhares, de vez em quando e tão generosamente. Bem hajas!
 
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Rio das Maçãs ou Rio de Colares, nasce no Lourel na freguesia de Santa Maria e São Miguel no concelho de Sintra durante o seu percurso até à foz na Praia das...
riodasmacas.blogspot.com|De pedro macieira
 


Como estar à altura?


Quem se der à rápida tarefa de verificar que textos escrevi nos últimos dois ou três dias, encontrará as sacrossantas efemérides mozartianas; mais um manifesto de oposição ao malfadado projecto do teleférico; referências às obras que a Parques de Sintra vai continuando e finalizando sempre com o maior sucesso; até uma certa ironia a propósito dos travesseiros de Sintra e à complementar sugestão de os acompanhar do melhor Collares branco; alusões a previsíveis movimentações políticas, suscitadas por uma entrevista de Jerónimo de Sousa à TVI, afins das próximas eleições legislativas e, ainda ontem, a chamada de atenção para a reabertura do simpático bar da Galeria Real em São Pedro.

Assim, mais ou menos ao correr da pena, nalguns casos até despreocupadamente, parece que estarei de perfeitíssimo humor e a passar muito bem graças a Deus. A verdade, no entanto, é que não estou. A verdade é que não posso estar mais atónito, incomodado, incapaz, de mãos atadas, impotente, sem saber o que dizer e fazer acerca do problema que estamos a viver, com as fronteiras europeias armadilhadas perante a demanda dos «filhos de um Deus menor», acossados pela guerra, pela miséria, pela falta de horizontes nos países de origem.

Imparável, no entanto, um grito tenho alojado na garganta. Imparável, é contra a ONU, cuja actuação, em função dos estatutos que afirma defender, de modo algum, consigo entender. E, até agora reprimido, este desabafo ruidoso tem como principal alvo um homem que até respeito, o António Guterres. A verdade é que, dependentes do Alto Comissariado para os Refugiados da ONU, há imensas coisas a fazer que não estão sendo concretizadas. Que eu e vós nos sintamos individual e até colectivamente impotentes, não surpreende. O que nos deixa perplexos é que o ACNUR nem sequer orientações forneça no sentido de que sejam desencadeadas medidas institucionais, formais e não formais que contribuam para a resolução do problema.

Se, no desempenho da sua dificílima missão, como parece, já terá esgotado todos os recursos e meios materiais e humanos e não consegue mais nada fazer, então demita-se. Demita-se, caramba! Dê o sinal que falta, do máximo desconforto, que só é protagonizado pelos homens dignos que não estão comprometidos seja com que cadeias forem de poder nacional, internacional, global. É que, se assim não for, parece haver razões para a suspeita de que o seu infernal silêncio, confundido com a conveniência de não levantar muitas ondas, até terá a ver com a possibilidade de sucesso de uma sua eventual candidatura a Secretário Geral.

No entanto, para que esta questão comece a ser resolvida a contento é mesmo preciso um desmesurado levantar de ondas que, em definitivo, desconstrua, destrua o ‘statu quo’ para a edificação de uma ordem nova.

O ambiente está insuportável. Como eu e nós há milhões de pessoas que já não podem mais, que esperam e desesperam por medidas dignas da Humanidade de que, constantemente, nos reclamamos.

O Papa foi a Lampedusa dar o grito de alarme. Então, e depois? Ficamos e estamos de braços cruzados. Como é possível?




Lá vem mais um episódio da novela do teleférico...



Trata-se de um projecto altissimamente controverso, acerca do qual já muitos de nós nos pronunciámos contra. A opinião do meu querido amigo José Cardim - a quem, entre serviços da mais ata relevância, Sintra tudo deve relativamente à classificação como Património da Humanidade na secção de Paisagem Cultural - é frontal e totalmente contra.

Por outro lado, esta notícia não poderia vir mais a propósito. É que, a partir do próx...imo dia 1 de Setembro, vai ser inaugurado o Gabinete do Património Mundial - Paisagem Cultural de Sintra que terá uma inequívoca palavra acerca do assunto. O seu director, Dr. João Lacerda Távares, a quem aproveito para saudar com votos de êxito no exercício da missão - ele que, durante dez anos fez parte do Conselho de Administração da Parques de Sintra sob a presidência do meu amigo Prof. António Lamas - é pessoa extremamente ponderada, conhece profundamente a questão, dele se esperando que não deixe por mãos alheias o crédito que detém neste domínio da defesa e preservação do património em Sintra.

Aliás, como o DN avança, o projecto está em estudo... Sublinho, em estudo. Muita água terá de correr sob a ponte, enquanto necessário, até que se conclua o que for mais pertinente. Nada de precipitações. Quanto à hipotética concretização de tão contundente projecto, no prazo aludido, é uma mera indicação que, apenas, vale o que vale e se sujeita às interpretações que cada um houver por bem.

Naturalmente,não teria escrito as palavras supra se, para resolução do problema de acesso aos pontos altos da Serra, nomeadamente a Pena, não houvesse alternativa, minimamente contundente para a preservação da Paisagem Cultural de Sintra - Património da Humanidade. Pois bem, como o arqueólogo José Cardim já demonstrou, a verdade é que isso, de modo algum, acontece com a solução do teleférico...
 
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Investimento será privado e rondará os 25 milhões de euros, disse o presidente da câmara, Basílio Horta. O objetivo é retirar automóveis do centro histórico e colher...
dn.pt|De Global Media Group
 



Collares, a minha recomendação

 
Lembrar-se-ão de que, ainda ontem, ao trazer aqui uma referência da Câmara Municipal de Sintra aos travesseiros, a propósito da qual referi a minha preferência pelos da Casa Piriquita, também recomendei o seu acompanhamento com um Collares branco. Não sendo prática de todos os dias é algo que «frequento» com a regularidade possível, atitude que, espero bem, repliquem na medida das possibilidades.

O meu amigo Luís Miguel Lavrador, logo recordou o artigo de Pedro Garcias que, publicado no suplemento 'Fugas' do 'Público', aqui venho reproduzir no sentido de que não deixem de ter em consideração uma informação sucinta mas muito bem alinhada acerca de aspectos vários e muito interessantes sobre este vinho de eleição.
 
 
 
 
Colares produz os vinhos mais caros do país, mas a região é tão pequena e tão difícil que cada garrafa de Malvasia ou de Ramisco ganha foros de raridade. As poucas que se produzem podem durar décadas. É a lei dos mais fortes.
fugas.publico.pt|De Público
 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015



São Pedro,
o bar que faltava



Mais logo, ao fim da tarde, vai reabrir o bar da Galeria Real Antiguidades. Claro está que, por estas belíssimas peças, nada será bebido. Mas na proximidade destas e de muitas centenas de outras, fica a certeza do requintado ambiente que ali se cultiva de modo particularmente agradável. À Luísa e ao Victor os votos de êxito que tanto merecem.
 
 
 

 



Ah que tentação!...


Esta, como se percebe, é uma foto proposta pela Câmara Municipal de Sintra. Entendo perfeitamente que não possa nem deva fazer publicidade a qualquer das boas casas que produzem esta iguaria. O que não deixa de ser verdade é que há questões de gosto que determinam a preferência por uns ou por outros, o que não significa serem estes piores do que aqueles.

Neste caso, portanto, não tendo os constrangimentos da CMS, permito-me afirmar a preferência não só minha mas também de toda a família e de uma série de bons amigos que me proibiram de lhes oferecer outros que não os da Piriquita.

Na realidade, há muitos anos cliente, tenho a impressão de que a minha preferência é mais de «ordem genética»... Isto mesmo afirmo, naturalmente, misturado com o humor que se impõe, se em consideração tiver o facto de meus avós e pais, portanto, há muitas décadas e muito antes de ter nascido, já ali se perderem na doçaria...

Aproveito a oportunidade para saudar a Sra. D. Leonor Cunha, a Julia Cunha, o Fernando Cunha Cunha, o Goncalo-sandra Cunha, a Vera e todos os colaboradores daquela casa, que mantêm a excelente qualidade dos travesseiros e dos outros produtos em que são exímios. A Piriquita é um ícone de Sintra, uma das marcas mais conhecidas de Portugal, faz parte do património de Sintra, enfim, faz parte do nosso orgulho.

Já vos tenho dito como ainda mais refino a minha gula. Pois, acompanho com um Collares branco. Recomendo o mais possível. Outra dimensão de Sintra e sempre, sempre no seu melhor!

 
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C
 
âmara Municipal de Sintra
FOTO DO DIA - Travesseiros de Sintra


Parques de Sintra
Obras exemplares
- mais outra importante etapa vencida



Finalizadas intervenções principais no Palácio de Monserrate

- Final da recuperação da última grande sala do percurso de visita
- Próximos passos: intervenção no piso superior, corredores e Torreão Sul

Sintra, 27 de agosto de 2015 – As principais intervenções no Palácio de Monserrate, gerido pela Parques de Sintra, encontram-se agora terminadas, com a conclusão da intervenção da Sala de Estar Indiana, que contou com um investimento de cerca de 35.000 Euros. Este era o último grande espaço do percurso de visita que ainda não tinha sofrido intervenções profundas.

O projeto nesta sala visou, como é hábito nos projetos de recuperação conduzidos pela Parques de Sintra, reconstituir e estabilizar todos os materiais, permitindo a devolução da sua coerência estética. Incluiu todas as estruturas integradas, nomeadamente a consolidação e tratamento integral da parte do teto ainda existente, a reconstituição da restante área de teto (onde foram aplicados painéis de estuque sobre reboco, suportado por pequenas fasquias de madeira pregadas às vigas), os revestimentos das paredes com os seus frisos dourados e os rodapés em estuque polido.

A Sala de Estar Indiana apresentava problemas semelhantes aos verificados nos restantes espaços do Palácio anteriormente intervencionados, como a sobreposição de camadas de tinta (aplicadas com o intuito de renovar ambientes ou tão-somente por questões de manutenção da integridade dos revestimentos) ou as degradações provenientes dos sucessivos anos sem manutenção. Acrescia ainda uma intervenção de reconstituição anterior em parte do teto, provavelmente na sequência de alterações efetuadas no piso superior, na qual não foram utilizados materiais tradicionais, nem se atendeu ao padrão da composição decorativa.

As observações indiciaram que não existia uma métrica repetitiva que permitisse a execução de um molde de dimensões razoáveis para a reprodução, pelo que se recorreu ao teto da Sala de Bilhar, de composição simétrica a este, para completar a tarefa.

Quanto ao aspeto estético final da superfície, foram removidas as várias camadas de tinta, após encontrado o método menos danoso para a camada original. Estas tinham sido aplicadas com espessura e técnica que conferiu às superfícies uma textura de difícil compreensão dos revestimentos e, simultaneamente, ocultaram o relevo dos motivos, além das cores dos fundos da composição original.

Sondagens preliminares evidenciaram a presença de cor-de-rosa escuro nas paredes lisas, e de rosa claro no fundo dos motivos em relevo. No entanto, só após a remoção completa das camadas de repinte e da realização de sondagens sistemáticas, repetidas para cada motivo decorativo, se pôde definir a cor de fundo dos paramentos. As áreas de pintura rosa ainda existentes foram utilizadas como cor base para as reintegrações cromáticas realizadas nas diversas lacunas existentes. A definição final das cores a utilizar, quando necessária a reaplicação de camada de tinta ou no caso de reintegrações, teve em conta o equilíbrio com as áreas originais.

Os frisos e apontamentos de alguns elementos revestidos a folha metálica foram, em intervenções anteriores, cobertos com novas tintas de cor, ou até tintas de imitação de folha metálica. Após a remoção de todas as tintas (imitação) que se encontravam a cobrir as zonas onde existia folha metálica, procedeu-se à sua reposição, integral ou parcial, consoante o que ficou a descoberto após a limpeza.
A moldura em madeira dourada do espelho, a lareira em mármore e o pavimento em madeira foram igualmente alvo de tratamento.

No Palácio de Monserrate está prevista agora a intervenção no piso superior, que no futuro será utilizado para exposições temporárias e para informação sobre a história do Palácio, da família Cook e das suas coleções de arte. Está igualmente prevista a intervenção de limpeza e restauro dos estuques dos corredores e do Torreão Sul.
 



28 de Agosto de 1791
Efeméride mozartiana




Tal como há três dias assinalei, a 28 de Agosto daquele seu último ano de vida, Mozart chegaria a Praga, vindo de Viena, na companhia de Constanze, sua mulher, e de Franz Xaver Süßmayr, discípulo e amigo.
 
No seu caso, estava particularmente preocupado com "La Clemenza di Tito", que, começada logo depois de "Die Zauberflöte", terminaria em apenas 18 dias, para estrear no dia 6 de Setembro durante as festas da coroação do Imperador Leopoldo II como Rei da Boémia.

Já tendo partilhado convosco a Aria de Vitelia "Non più di fiori", em que a Sutherland nos arrasa com aquele famoso e baixíssimo Sol, a nota de registo mais baixo de toda a sua carreira, hoje venho propor a ópera completa.

A gravação seleccionada, que foi colhida durante o Festival de Salzburg de 2003, conta com a Orquestra Filarmónica de Viena, o Coro da Konzertvereinigung Wiener Staatsoper sob direcção de Nikolaus Harnoncourt.

O estupendo elenco integra Vesselina Kasarova - Sesto, Dorothea Röschmann - Vitellia, Elina Garanča - Annio, Barbara Bonney - Servilia, e um fabuloso Michael Schade, como Tito, ele que, na minha opinião, continua sendo o mais mozartiano de todos os tenores em actividade.

Boa Audição!
 
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Wolfgang Amadeus Mozart La Clemenza di Tito, K 621 Michael Schade - Tito Vesselina Kasarova - Sesto Dorothea Röschmann - Vitellia Elina Garanča - Annio...
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Solidariedade portuguesa



Espero que, pelo menos, estejamos à altura da atitude tão solidária como a que foi protagonizada por tantas famílias portuguesas, não só durante a Segunda Grande Guerra mas também quando imensas crianças foram recebidas em Portugal na sequência da Revolta na Hungria, em 1956.

No externato onde fiz a instrução primária, também foram meus companheiros alguns daqueles meninos húngaros, que tinham sido acolhidos por famílias de colegas meus, resultando numa experiência com variadíssimos episódios extremamente enriquecedores para quantos estivemos envolvidos.


 
 
 
"Há um sinal de mobilização da sociedade civil. As pessoas oferecem o que podem", salientou Teresa Tito Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados.
www.dn.pt|De Global Media Group
 

Política e valores


Jerónimo de Sousa deu ontem à noite dar uma entrevista à TVI através da qual não deixou por mãos alheias o crédito que tem como político decente, honesto, idealista, representante de um projecto cujo perfil até pode não coincidir totalmente com o meu, mas, tal como não se cansa de afirmar, é de esquerda e patriótico.

Em determinados momentos daquela conversa com Judite de Sousa e jovens universitários - independentemente da concordância ou não com as caract...erísticas do figurino que o «diálogo televisivo» assumiu - senti o homem, o homem que vibrava, emocionado, com a dor sincera de tantos portugueses que, no seu quotidiano, sofrem aquilo que não podem nem deveriam sofrer, em virtude de opções políticas que, para beneficiarem sectores privilegiados, menos consideram, desprezam e sempre prejudicam os mais fragilizados.

Mais uma vez, em período pré-eleitoral, eu preciso de sentir que sincera dimensão de humanidade projecta e partilha o político que, para me representar, pretende colher a quota parte do poder que, enquanto cidadão, em mim reside. Se e quando, também através dos sinais que me chegam pela televisão, eu não sentir e perceber tais pressupostos, estarei então perante um ordinário «produto» que coincide, isso sim, com os estafados modelos de fancaria e traficância, a que estamos habituados no designado arco da governabilidade, ou seja, os de uma classe política impreparada, desqualificada e responsável pela elevadíssima taxa de abstenção a que, desoladamente, nos habituámos.

Jerónimo de Sousa coincide comigo numa série de medidas que considero indispensáveis à gestão política nacional e europeia. Nomeadamente, referiu - e não posso concordar mais - a necessidade de partilhar com os países europeus nas mesmas circunstâncias que o nosso, as medidas tendentes à negociação da dívida, absolutamente insustentável, que tanto está a comprometer o futuro da juventude e das próximas gerações.
 
«Por estas e por outras», embora aqui não venha para exigir seja o que for ao PS, encarecidamente lembro ao socialista e de esquerda que António Costa se afirma, não deixe de considerar que, como ele bem sabe, PCP, BE e Livre, preenchem todas as condições que, 'grosso modo', uma alargada aliança de esquerda pode e deve equacionar, revista ela as mais diversas modalidades que pressupuser, sejam de governo, acordos de incidência parlamentar, o que necessário se revele para assegurar a futura governança do país.

É que, se assim não for, todos arriscamos que, em acelerado fim de esclerótica carreira, este PR ainda acabe por concretizar o sonho, que não tem escondido, de dar posse, para nos legar como podre herança, um governo que conhecemos «de ginjeira», tudo menos preocupado com os valores conjugados por socialistas e sociais-democratas de centro-esquerda que, tão prodigamente, e a seu modo, o comunista Jerónimo de Sousa também ontem continuou a confirmar.
 
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A TVI ao pé de si. Sempre.
tviplayer.iol.pt
 
 


Xenofobia?


Excerto de uma carta de Robert Southey:

"(...) Cintra is too good a place for the Portuguese; it is only fit for us Goths, for Germans or English. (...)"

[SPECCK, William Arthur, "Robert Southey, entire man of letters", 1938]

Southey ou Beckford, por exemplo, registaram manifestos de uma arrogância e mesmo antipatia pela população local. Na altura, lá teriam as suas razões...  Para o efeito destas ligeiríssimas impressões aqui partilhadas, talvez não interesse aprofundar.

Inequívoca, no entanto, a constatação de que o mais «característico pendor» de Sintra muito deve, entre outros ilustríssimos estrangeiros que por aqui deixaram rasto, também a notáveis 'Godos', alemães e ingleses...

quinta-feira, 27 de agosto de 2015




Palácio de Queluz, como nunca o viu
- Que luz!


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 Como estarão lembrados, foi no meu mural do facebook e no blogue sintradoavesso que terão tido acesso às primeiras notícias. Eis parte da notícia que partilhei convosco no dia 21 de agosto de 2014:

 
"(...) É com o maior gosto que, finalmente, passo a poder divulgar a informação a que tive acesso, durante a reunião do Concelho Científico da Parques de Sintra, órgão a que pertenço, no dia 14 do passado mês de Julho.

Preparem-se para a novidade que é mesmo fascinante. Conheço alguns contemporâneos palácios da Baviera onde esta solução cromática foi adoptada e se tem mantido desde a origem. Tal não aconteceu em Queluz mas estamos muito a tempo de recuperar.

Dir-vos-ei ainda que mais novidades terão no próximo futuro sobre Queluz «e arredores». Tal como aconteceu em relação a esta notícia, também quanto às outras é necessário manter uma certa reserva na medida em que há interesses em presença que não podem ser prejudicados. (...)"

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A campanha das obras em curso é vastíssima. Sempre e apenas com recursos próprios, provenientes do produto das bilheteiras - portanto, sem que um único cêntimo dos € 2.800.000.00 (dois milhões e oitocentos mil Euros) envolvidos saia do bolso dos contribuintes - a Parques de Sintra continua o impecável trabalho que o artigo do jornal 'Público' muito bem documenta.

Aos sintrenses, vizinhos, meus amigos e conhecidos, o mesmo conselho de sempre: aproveitem as manhãs de todos os domingos do ano, durante as quais gozam o excepcional privilégio da entrada gratuita em todos os monumentos afectos à administração da PSML, e visitem também o Palácio e anexos jardins de Queluz para se irem inteirando do progresso das obras.

Naturalmente, poderão contar com a minha disponibilidade no sentido de fazer chegar qualquer dúvida ou questão de maior pormenor e pertinência que pretendam esclarecer ao meu amigo e ex-colega Prof. Carlos Marques que, como terão oportunidade de verificar, dá um contributo imprescindível para o melhor entendimento do que está em vias de se concretizar.

Vão por mim. Aceitem o desafio da visita gratuita. Levem as crianças da família e verão como passam umas horas verdadeiramente fascinantes.
 
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O Palácio Nacional de Queluz é cor-de-rosa há pelo menos 100 anos. Agora um projecto de restauro da Parques de Sintra está a começar a devolver-lhe o azul cobalto original. O paço vai continuar aberto para obras.
publico.pt