[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017



Acesso à Pena
 

Em pleno Carnaval
Câmara Municipal de Sintra,
a incapacidade sem máscara

 

As obras em curso em São Pedro impuseram o encerramento da Calçada da Pena e o regresso a Sintra através da Estrada (rampa) da Pena. Naturalmente, via tão sinuosa, tendo passado a registar um movimento inusitado nos dois sentidos, ainda mais perigosa se tornou do que em circunstâncias consideradas 'normais'.

Pois, se julgam que ninguém ousaria sequer pensar estacionar o seu carro numa via nestas condições, estão perfeitamente enganados. Há quem o faça e, por isso, os reboques não têm tido descanso nestes últimos dias. E hoje, o quadro do caos que se tem verificado foi significativamente agravado pelo despiste de um autocarro da carreira…

Em pleno Carnaval, bastou um pico de procura um pouco mais acentuado, em especial, por parte de muitos espanhóis que também escolhem este período de curtas férias para as suas deslocações, para que Sintra voltasse a sentir o inferno que se tem verificado mas com o qual não se conforma.

Se, de modo algum se conforma, a verdade é que a autarquia nada, absolutamente nada fez no sentido de resolver a gravíssima questão dos acessos aos pontos altos da Serra, razão pela qual tudo ainda mais se agravou.

Nada disto pode ou deve surpreender. Aliás, mesmo sem obras em São Pedro, é inadmissível que ainda não tenham sido instalados os parques de estacionamento periférico que o actual executivo autárquico, através do seu Vice-Presidente e do Vereador com o Pelouro da Mobilidade Urbana anunciaram.

No Verão de 2015, durante reunião formal nos Paços do Concelho com representantes de 3 associações cívicas e culturais da sede do concelho, entre os quais estive incluído, aqueles senhores autarcas, além da referida promessa, chegaram ao ponto de esclarecer que tais parques estariam operacionais a partir da época alta de turismo de 2016, em articulação com painéis electrónicos funcionando em todas as estradas de acesso a Sintra indicando os parques mais adequados…

Tanta promessa por cumprir apenas se compagina com a inimaginável incapacidade do executivo autárquico, que tem por resolver e gerir uma situação tão complicada como é a de Sintra. A verdade, no entanto, é que pode chegar a este ‘grau zero’ !

A edilidade em exercício teve todo o tempo, nestes últimos quatro anos, para demonstrar a diferença que apregoava deter em relação ao período que precedeu a sua entrada em funções em Outubro de 2013.

Voltando à questão que suscitou estas considerações, cumpre assinalar que, com as obras em curso que também comprometem o acesso à Pena pela estrada de Santa Eufémia, muito sinceramente, já não sei o que possa acrescentar no sentido de suscitar o mínimo conforto, um vislumbre de esperança a quem lê estas linhas e que, necessariamente, deverá estar tão desolado como eu.



 

 

 
 
 







 

Sintra,
Casa Francisco Costa,
da autoria do Arquitecto Raul Lino

 
Actual executivo municipal de Sintra:
- Pois claro, mais uma promessa por cumprir!...

Esta casa foi traçada pelo Arq. Raul Lino para Francisco Costa a quem Sintra tanto deve. Depois da morte do escritor, a família ofereceu o edifício à autarquia que, deste modo, passou a integrar o património municipal.
 
Actualmente, como bem pode verificar-se por estas fotos da fachada e do pequeno quintal adjacente, está em processo de degradação. Em 2015, acerca deste edificio, Eugénio Montoito publicou um estupendo texto através do qual também alvitrava que tal espaço fosse adaptado de tal modo que pudesse acolher o Arquivo Histórico Municipal. (*)

O actual executivo da Câmara Municipal de Sintra não considerou a sua oportuna, convincente e competente sugestão. E eu próprio intervim publicando um artigo sobre o assunto no 'Jornal de Sintra'.

Na mesma altura, o Dr. Herminio dos Santos, Deputado Municipal pelo Movimento Sintrenses com Marco Almeida, em sessão da Assembleia Municipal de Sintra, chamou a atenção para o grave problema da degradação que, na altura, já ia adiantada.

Há dois anos, disse-me o Vice-Presidente da Câmara que a casa Francisco Costa até ao fim do actual mandato já funcionária como 'Casa dos Escritores de Sintra', tendo o cuidado de especificar que seguiria o modelo de congêneres famosas como a de Dublin...

Promessa bonita? Sem dúvida! Porém, a exemplo do prolongamento da linha do eléctrico, também a concretizar até ao fim do mandato (Setembro de 2017) e dos parques periféricos de estacionamento - que estariam em funcionamento no Verão de 2016, com painéis electrónicos em todas as estradas de acesso a Sintra indicando qual país adequado - ou do 'Quarteirão das Artes' e de não sei quantas mais fantasias, a Casa Francisco Costa apenas é um cadáver adiado...

Mais um cadáver adiado. Cadáver adiado que é «só» uma casa assinada pelo Arq. Raul Lino... Parece impossível mas chego a perguntar se «os responsáveis» que conhecem o nome de Raul Lino, se capacitam da responsabilidade que é ter peças de Raul Lino como património municipal a preservar...

Enfim, infelizmente, é 'apenas' mais uma peça do património municipal de Sintra que, como outra, bem perto, o Casal de São Domingos, se degradam a cada dia que passa, e ambas a poucos metros dos Paços do Concelho.

Como conviver com estes desgostos quotidianos, com promessas que, desculpem a terminologia, não passam de 'tretas' para iludir incautos, precisamente no coração da sede do concelho?

(*)
Raul Lino, Francisco Costa e uma Casa, por Eugénio Montoito |
Raul Lino, Francisco Costa e uma Casa, por Eugénio Montoito 15 Abril, 2014;
21 Maio, 2014 FernandoMoraisGomes A forma de ver um espaço…


alagamares.com

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto de João De Oliveira Cachado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 



 


CÓLOFON OU EPITÁFIO


Trinta dias tem o mês
e muitas horas o dia
todo o tempo se lhe ia
em polir o seu poema
a melhor coisa que fez
ele próprio coisa feita
ruy belo portugalês
Não seria mau rapaz
quem tão ao comprido jaz
ruy belo, era uma vez


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[“Homem de Palavras”, Cadernos de Poesia, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1969]
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Tenho tido mesmo muita sorte! Falo do privilégio de amigos, mesmo dos que já partiram, mesmo dos que há muito não frequento. Continuam amigos, muito presentes, indissociáveis do homem que me tornei.
 
Dois amigos, meus condiscípulos da Faculdade de Letras, há mais de cinquenta anos, continuam comigo. Um, o Luís Miguel, comigo se cruzou naquele lugar um ano depois de ali ter conhecido outras duas pessoas excepcionais, seu pai, o queridíssimo Prof. Luís Filipe Lindley Cintra, e Ruy Belo - num encontro em que a Fé comum foi determinante traço de união - mais velho do que nós, já licenciado em Direito e Direito Canónico.

Meu Deus, repito, que marcas para a vida! Meio século, tanta vida! Entre muito, muito caminho, a grande Arte, a possibilidade tangível do divino. Essa, aí a tendes, através da sublime 'apropriação' do Luís Miguel, magnífica lição de interpretação do poema escrito pelo nosso comum amigo. Amigos. Que privilégio o meu!

Eis «a voz»! E o poema transcrito, para a companhia que preferirem.


https://youtu.be/4YJ4H2ZQ8u4


Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
Podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará
Oh! como é triste envelhecer à porta
entretecer nas mãos um coração tardio
Oh! como é triste arriscar em humanos regressos
o equilíbrio azul das extremas manhãs do verão
ao longo do mar transbordante de nós
no demorado adeus da nossa condição
É triste no jardim a solidão do sol
vê-lo desde o rumor e as casas da cidade
até uma vaga promessa de rio
e a pequenina vida que se concede às unhas
Mais triste é termos de nascer e morrer
e haver árvores ao fim da rua
É triste ir pela vida como quem
regressa e entrar humildemente por engano pela morte dentro
É triste no outono concluir
que era o verão a única estação
Passou o solidário vento e não o conhecemos
e não soubemos ir até ao fundo da verdura
como rios que sabem onde encontrar o mar
e com que pontes com que ruas com que gentes com que montes conviver
através de palavras de uma água para sempre dita
Mas o mais triste é recordar os gestos de amanhã
Triste é comprar castanhas depois da tourada
entre o fumo e o domingo na tarde de novembro
e ter como futuro o asfalto e muita gente
e atrás a vida sem nenhuma infância
revendo tudo isto algum tempo depois
A tarde morre pelos dias fora
É muito triste andar por entre Deus ausente
Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente.



PS:

Ruy Belo ficou indissociavelmente ligado a Sintra. Em 2008, durante um dos mandatos do Prof. Fernando Roboredo Seara como Presidente da Câmara Municipal de Sintra, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Municipal (Grau Ouro). Ruy Belo também é patrono de uma Biblioteca instalada na Quinta do Mirante, no Pendão e do Agrupamento de Escolas.

 
 
 
 
 

 
Réplica a António Luís Lopes *
[ I ] Sintra, 21 de Fevereiro de 2017

Tendo em consideração o facto de serem textos algo longos, isoláveis do contexto sem prejuízo do seu cabal entendimento, eis o primeiro ontem publicado:
"(...) não sei se terei sido o campeão da contestação das mais polémicas e controversas atitudes de gestão autárquica do Prof. Fernando Reboredo Fernando Roboredo Seara. Certamente, contar-me-ei entre os mais contestatários.

Nesse contexto de permanente denúncia que sempre caracterizou a minha intervenção cívica, durante os celebérrimos doze anos, escrevi muitas dezenas de artigos no ‘Jornal de Sintra’ e publiquei centenas e centenas de textos no meu blogue sintradoavesso.blogspot.com cuja consulta está perfeitamente acessível e disponível.

Como compreenderá não invocarei material constante de tal documentação para defesa ‘in rem propriam’. Por outro lado, o próprio Prof. Fernando Roboredo Seara, confirmou esta minha postura cívica, o que muito o dignifica como democrata que acolhe a opinião contrária e, não raro, a aproveita para, se necessário, inflectir em determinado caminho. Enfim, atitude do grande senhor que ele é e que, infelizmente, não tem tido réplica no actual mandato.

Quanto ao Dr. Marco Almeida, de facto, só me lembro de lhe ter tecido os mais rasgados elogios. Nesse período, detinha ele o Pelouro da Educação enquanto que eu assumia funções de dirigente sindical, inclusive como Presidente da Federação Nacional da Educação (UGT), não me tendo sido nada difícil qualificá-lo como o melhor autarca detentor de tal pelouro de toda a área metropolitana de Lisboa.

Disse-o e escrevi-o, aliás, muito orgulhoso ao verificar que a Câmara Municipal de Sintra era apontada como modelar em vários domínios do sector da Educação, por exemplo, na promoção de acções de formação para o Pessoal de Apoio Educativo (vulgarmente designado como ‘não docente’).
De qualquer modo, compete-me lembrar que os eleitores já se pronunciaram em relação aos anteriores mandatos… Relativamente ao que me compete, continuarei a apontar as falhas, aquilo que, de facto, não tem sido feito e, em especial, na sede do concelho onde. de facto, não é fácil intervir sem causar grandes transtornos.

Também neste difícil território de intervenção, teve o actual Presidente da Câmara Municipal de Sintra toda a oportunidade, durante quase quatro anos, para mostrar a diferença em relação aos mandatos anteriores. Os eleitores julgarão. Não falta muito para que saibamos como os munícipes avaliam este mandato. (...)"
_______________________

* De qualquer modo, em caso de necessidade, sempre poderão recorrer ao encadeamento original, constante dos comentários subordinados a uma foto - publicada em 20 de Fevereiro - ilustrando o lamentável estado do piso da Correnteza.
Ver Mais
 
 
Réplica a António Luís Lopes *
[ II ] Sintra, 21 de Fevereiro de 2017
 
Tendo em consideração o facto de serem textos algo longos, isoláveis do contexto sem prejuízo do seu cabal entendimento, eis o segundo ontem publicado:

"(...) entre os meus escritos já publicados durante o actual mandato - quer no 'Jornal de Sintra' quer no blogue e facebook - também encontrará alguns textos de apoio nítido a algumas atitudes positivas concretizadas.

Porém, meu caro António Luís Lopes, não posso deixar de expressar o maior desgosto pelo estado lamentável a que tem estado votada a sede do concelho, ao fim e ao cabo, onde se concentram as 'jóias da coroa' - atenção, não refiro às que estão afectas e estupendamente sob custódia da Parques de Sintra - território em que, manifestamente, o actual executivo autárquico tem tido a maior dificuldade de intervenção.

Como sabe, entre outros munícipes representantes de associações cívicas e culturais da sede do concelho, fui destinatário directo de promessas verbalizadas pelo Vice-Presidente e Vereador com o pelouro da Mobilidade Urbana da Câmara Municipal de Sintra em audiência formal nos Paços do Concelho, em 18 de Junho de 2015, promessas que, já tive oportunidade de esclarecer, para meu profundo desgosto, não foram cumpridas por manifesta incapacidade.

Refiro-me, por exemplo, ao prolongamento da linha do eléctrico e à instalação dos parques periféricos de estacionamento que, nos termos das tais promessas, teriam estado operacionais no Verão de 2016, com painéis electrónicos instalados no IC 19, A 16 e já não me lembro onde mais, de tal modo que os condutores saberiam onde melhor se dirigirem para estacionamento das suas viaturas...

Valha-nos Deus, meu caro António Luís Lopes!!! E o teleférico? O teleférico com que nos andaram a entreter durante dois anos? Acha que vale a pena continuar? (...)"
____________________


* De qualquer modo, em caso de necessidade, sempre poderão recorrer ao encadeamento original, constante dos comentários subordinados a uma foto - publicada em 20 de Fevereiro - ilustrando o lamentável estado do piso da Correnteza.
 
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017



São Pedro de Sintra
candeeiros prafrentex !
 
 
Apesar de incrível, é mesmo verdade! A atestá-lo a inequívoca foto do candeeiro que, num local com as características de São Pedro, a Câmara Municipal de Sintra decidiu instalar.
 
Não se põe a questão da opção por uma peça de aparência «modernaça», que até poderia suscitar uma «convivência» estética propícia, jogando na compatibilização do contraste com o enquadramento local. A «coisa» até poderia ter sido concebida por um grande artista mas o problema é que o «produto» não se adequa às premissas em presença...

Ora bem, o que está em causa é a falta de discernimento. Apreciem como, de facto, «Isto» está a ultrapassar todos os limites admissíveis! João Diniz, um querido amigo militante da defesa do património de São Pedro, não só me enviou a imagem mas também, e já, o testemunho de desagrado geral que os candeeiros estão a gerar entre a população local.

A propósito, como evitar a referência às obras previstas no polémico projecto, oportunamente apresentado pela autarquia, para «beneficiação» (??) do Largo da Feira de São Pedro (Largo D. Fernando II), que não podia ter sido acolhido com mais celeuma, tanto em São Pedro como por toda a Sintra, que contestámos e estamos preparados para continuar a lutar no sentido de que não se concretize?

Pois, meus amigos, a lógica conceptual e pensante, que presidiu à escolha destes candeeiros e às opções do projecto - lembram-se, com pedrinha cor-de-rosa e cinzenta, à terraplanagenzinha, ao parque de estacionamento muito bem organizadinho para cento e tal carros - parece ter saído das mesmas «cabeças técnicas», dos mesmos piquenos que, nos gabinetes, escolhem estas maravilhas, depois favoravelmente despachadas por chefes de duvidosa habilitação...

Como ainda não tínhamos matéria bastante para os nossos mais que justificados exercícios de contestação, aí está um novo ingrediente para a salada, para a salganhada que o actual executivo autárquico decidiu provocar-nos, em ritmo constante, mal nos dando tempo a recuperar da «cavadela» anterior pois já aí espreita a minhoca da seguinte...
 
 
 


Três tristes casos,
apenas três,
entre inúmeros...
 
 
Volta do Duche, Fonte dos Pisões, Correnteza. Três tristes casos - parece ser necessário explicitar - que apontei nos últimos dias apenas a título exemplificativo das inúmeras situações que poderemos encontrar como manifesto de desleixo só na sede do concelho.
 
Sintra não merece esta falta de atenção. É, neste território, que estão implantadas as 'jóias da coroa' - naturalmente, não me refiro às tuteladas pela Parques de Sintra!... - cujo estado de manutenção, como acontece em todas as latitudes civilizadas, deveria ser permanentemente impecável.

Quem não pensa assim, quem se permite desleixar as peças patrimoniais e os locais mais emblemáticos do concelho a este ponto de descuido, melhor teria feito se não se tivesse candidatado à gestão de uma terra tão sofisticada como Sintra.

Não tendo feito o que lhe competia 'aqui' concretizar, 'aqui', nestes três e em mais dezenas e dezenas de casos, repito, só na sede do concelho, justificará o que fez de mais positivo nas freguesias suburbanas?

Deixo a questão à vossa consideração.
 
 
 
 
 
Foto de João De Oliveira Cachado.

 
 
Foto de João De Oliveira Cachado.
 

 
 
Volta do Duche,
banhos forçados,
toponímia adequadíssima!...
 
 
[facebook, 21 de Fevereiro de 2017]
 
Na Volta do Duche, um dos locais mais emblemáticos de Sintra, em dias de chuva, como aconteceu há uma semana, quando fiz esta foto, quem não tem cuidado, apanha mesmo um duche...
 
Isto está assim há anos! «Isto» é só o coração da sede do concelho, onde o centro não pode ser mais centro e mais evidente aquela que o ex-Presidente da República e nosso vizinho Jorge Sampaio tão bem designou como «cultura do desleixo»...

Como podem verificar, se assim está há anos, é porque o actual executivo da Câmara Municipal de Sintra convive magnificamente com a situação.

Aliás, tendo tido quase quatro anos para provar a sua diferença em relação aos anteriores, como nada fez no sentido de alterar este e outros quadros análogos, apenas piorou o que herdou.
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017



Fonte dos Pisões
- estado miserável 


 [ II ]



»» Mais uma inequívoca questão de defesa e preservação do património edificado que a Câmara Municipal de Sintra não trata com os cuidados que merece ««


Em tempos recentes, no âmbito de um trabalho de sistemático e exaustivo registo, descrição, caracterização e estado de conservação de fontes, fontanários e nascentes existentes no território das três freguesias da sede do concelho que deram origem à actual União, trabalho desenvolvido com o fotógrafo e meu querido amigo Sergio Gonçalvess, apercebemo-nos da lamentável situação em que se encontram peças patrimoniais do maior interesse.

Naturalmente, ao pretender informação sobre a(s) entidade(s) competente(s) em relação à questão da manutenção do património em apreço, informou-nos a Junta de que, nuns casos, compete à Câmara e noutros à própria Junta.

Se assim sucede, tal se deve à circunstância resultante da inusitada riqueza de muitas dezenas de peças em relação às quais a Junta não dispõe de meios adequados e bastantes que a habilitem à intervenção atempada e com a qualidade devida, pelo que, muito natural e justificadamente, tais trabalhos ficaram consignados à Câmara.

Logo tivemos conhecimento das que, pelas suas específicas características - e, atenção, nos termos de um acordo entre a Câmara Municipal de Sintra e a Junta - tinham ficado exclusivamente afectas à tutela da Câmara Municipal de Sintra. Com a ressalva de alguma involuntária imprecisão, eis a sua localização e designação:

- Santa Eufémia; Heliodoro Salgado; Largo dos Seteais (à entrada do recinto); Pelourinho (Paços do Concelho, Largo Vergílio Horta); nascente no Caminho da Fonte dos Amores; Fonte dos Ladrões; Fonte d’El Rey; Mata Alva; Carlos França (Fonte dos Pisões); Bebedouro dos Cavalos; Terreiro Rainha D. Amélia (junto ao Palácio Nacional de Sintra); Pena (junto ao portão principal do Parque da Pena); Parque das Merendas; duas unidades no Parque da Liberdade.

Foi e é, tão só, neste contexto e tendo em consideração a informação que, em tempo oportuno, os serviços da Junta me disponibilizaram que, ao longo de meses, me tenho permitido denunciar o miserável estado em que se encontram peças centenárias tão interessantes como a Fonte d’El Rey ou a Fonte dos Ladrões e a mais recente Fonte dos Pisões.

Ao responder à minha mais recente denúncia de anteontem, 15 de Fevereiro, subordinada ao mesmo título que hoje também encima estas palavras, António Luís Lopes aconselhou que me remetesse às disposições e, passo a citar, constantes "(...) da Lei 75/2013, artigo 16, relativo a competências materiais das JUNTAS DE FREGUESIA. Na alínea cc pode ler-se: "cc) Conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos". (..)"

Acrescentou António Luís Lopes que deixava à minha consideração a avaliação de quem, pelos vistos, estaria em falta ou a quem deveráia ser exigida obra. Ora bem, como é patente e notório, o conselho não contemplava a informação que, afinal, ele próprio não dispunha e que, afinal, me foi tão facilmente acessível.

Portanto, no caso vertente - e só me refiro ao caso vertente, da Fonte dos Pisões, já que, em relação a outras, nomeadamente, Fonte d'El Rey e Fonte dos Ladrões, me referirei muito proximamente - ceramente que me acompanham na conclusão de que a Câmara Municipal de Sintra 'não mexe uma palha' há quatro anos, tantos como os do mandato do actual executivo.
 
 
 
 
 
 
 


Fonte dos Pisões
- estado miserável !

 

AT: última beneficiação em 2013 !
Portanto, no último ano do último mandato do Prof.
Fernando Roboredo Seara


Da última vez em que publiquei fotos sobre o estado miserável em que, apenas a título de exemplo, estão a Fonte dos Pisões, a Fonte d' El Rei e a Fonte dos Ladrões, António Luís Lopes chamou a atenção para aquilo que deu a entender como atitude persecutória da minha parte.
Na sua perspectiva de análise, teria eu feito uma avalição descabida na medida em que, durante os 12 anos que precederam o mandato do actual executivo, tais peças do património de Sintra não teriam sido objecto de quaisquer intervenções de recuperação.

Ora bem, como quase todos os dias passo pela Fonte dos Pisões - peça cujo estado actual é objecto da ilustração deste escrito - tinha noção do período em que fora ultimamente intervencionada. No entanto, quis certificar-me para, inequivocamente, poder responder a António Luís Lopes e a todos quantos pudessem ter dúvidas acerca do caso.

A última intervenção ocorreu, precisamente, em 2013, ou seja, no último ano do terceiro mandato do Presidente Prof. Fernando Roboredo Seara! Portanto, se precisa fosse a prova de que, durante o mandato do actual executivo autárquico, liderado pelo Dr. Basílio Horta, esta e as outras referidas peças patrimoniais foram votadas à sua sorte, ela aí está, na sua tão exuberante como infeliz expressão.

A verdade é que, nem durante os «famosos 12 anos» do estafado argumento nem noutro qualquer período, a sede do concelho foi tão votada a um abandono tão evidente. Não é difícil perceber que muitas pessoas, apoiantes do actual executivo, se sintam desconfortáveis com a situação.
 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017



Marco Almeida arrasa Basílio Horta!


Marco Almeida, no entanto, esqueceu-se de mencionar que a acumulação dos 84 milhões é perfeitamente salazarenta. De facto, muito sintomaticamente, a estratégia de Basílio Horta na gestão dos recursos que os munícipes de Sintra disponibilizaram, não podia ser mais inspirada no exemplo de Oliveira Salazar.
Para alguma coisa, aliás, tais verbas vão servindo. Por exemplo - e aproveito a oportunidade para o trazer à colação - com o propósito de... um investimento com tanta falta de critério como o da aquisição, perfeitamente dispensável, de 'Mont Fleuri', por quase 3 milhões...
Mas este video é um perfeito achado! Vejam e façam como eu: partilhem que bem merece a pena.
 
 
 
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BASÍLIO HORTA E MARCO ALMEIDA - Discursos cruzados.
Este video prova que os politicos não são todos iguais. Prova até que uns dizem e fazem exactamente o contrá...rio de outros.
Veja este video comparativo entre o discurso do "nacional" Basílio Horta e o do "local" (de Sintra) Marco Almeida, e vai ficar muito mais esclarecido. Somos Saloios. Não Somos Parvos.
 
 
 

Estefânea,
obras recentes,
cada cavadela, minhoca!...
 
 
Recentemente, a Câmara Municipal de Sintra asfaltou de novo o piso do segmento terminal descendente da Rua Câmara Pestana que confina, à esquerda, com a Avenida Barão Almeida Santos e continua para a designada 'Correnteza'.
 
O trabalho foi de tal maneira feito - e eu acompanhei 'pari passu' porque resido, precisamente, na Rua Câmara Pestana - que, pura e simplesmente, deixou de haver qualquer desnível entre os passeios e a via asfaltada. Inacreditável? Não, em Sintra é possível.

Portanto, se bem entendem, passeios à esquerda e à direita, estão ao nível do alcatrão... Enfim, tal como ilustram as fotos, com a inevitável consequência da acumulação de águas, detritos diversos e as lamas da ordem...

Como está demonstrado à saciedade, a Câmara Municipal de Sintra não zelou pelos interesses dos munícipes. Nesta obra, os inspetores ou fizeram vista grossa ou nem puseram lhe puseram os olhos em cima!...

Quem são os técnicos responsáveis? Que Senhor Vereador tem este pelouro atribuído? Afinal, que regabofe reina nos serviços da Câmara Municipal de Sintra para que assim sejam tratados os interesses dos munícipes?

Quer dizer, quando as obras se concretizam, sempre tarde e más horas, ainda por cima, é com esta falta de qualidade que assinam tais intervenções?

Então, agora, a quem devem recorrer os cidadãos lesados? Não me digam que 'Sintra resolve'!!!