Fora do contexto
A propósito do artigo
http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2012/11/que-autarquias-iremos-ter.html
A propósito do artigo
http://reinodeklingsor.blogspot.pt/2012/11/que-autarquias-iremos-ter.html
da autoria de Fernando Morais Gomes, publicado no seu blogue 'No Reino de Klingsor', no passado sábado, dia 24 de Novembro, escrevi um comentário que, hoje, (vd. Mural de Fernando Morais Gomes) suscitou a Margarida Mota algumas palavras que avalio como descontextualizadas. Cito:
"Não gostei mesmo nada desta sua referência às pessoas que vão para a rua fazer figura de corpo presente,João,lamento ter de o informar que as pessoas que foram para a rua no sábado,debaixo de chuva intensa,sabiam muito bem porque ali estavam e o motivo que as levou a arriscar ficar doentes para se fazerem ouvir.Lamento muito que veja tudo sob esse prisma e que esteja a minimizar o valor de quem se manifesta e a valorizar aqueles que «supostamente»fazem estudos que não levam a nada ,nem tem esse objectivo sequer.Como as pessoas mudam,João..."
Eis a minha resposta:
Cara Margarida,
Lamento que as minhas palavras possam ter sido objecto de descontextualização tão flagrante. Por favor, tenha em consideração que são antecedidas de elementos essenciais no sentido de que a mensagem subsequente não seja interpretada como a Margarida o fez.
No comentário que subscrevi, a propósito do bom trabalho do Fernando Morais Gomes, considerei - ACERCA DE UM PROJECTO DE LEI DO REGIME JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS E DAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS, QUE A SER LEVADO POR DIANTE PODE VIR A BARALHAR AS RELAÇÔES DE FORÇA ENTRE DIVERSOS NÍVEIS DOS PODERES LOCAIS (FREGUESIAS, CÂMARAS E AS NOVAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS - que as dúvidas que ele formulava eram, e passo a citar as minhas próprias palavras "(...) mais que pertinentes mas, lá está, não vejo nem prevejo que, em sede própria da intervenção cívica, haja quem faça o trabalho de sapa, de estudo, reflexão, debate que a matéria deveria suscitar. Em Portugal, pelo menos no quadro da intervenção cívica, parece haver horror ao estudo. Aliás, goza-se, despreza-se, desconsidera-se o trabalho de estudo que sempre deve ser concretizado a montante de qualquer atitude.(...)"
Só depois deste enquadramento – repito, ACERCA DE UM ASSUNTO ALHEIO ÀS MOTIVAÇÕES QUE LEVARAM AS PESSOAS PARA A RUA NO SÁBADO PASSADO - é que escrevi as outras palavras que a Margarida Mota citou, i.e., “(…) Às tantas, na ausência desse trabalho, indevidamente preparados, mal esclarecidos, os cidadãos ou escrevem os maiores disparates nas redes sociais ou acabam por ir para a rua, fazendo figura de corpo presente em manifestações que, isso sim, deveriam engrossar com o esclarecimento cabal e a lucidez de quem a elas adere. (…)”
Não tenho a mínima razão para alterar uma vírgula que seja às palavras que escrevi, não só as que precedem a sua citação mas também as citadas por si. Penso exactamente assim. Naturalmente, haverá quem considere esta minha opinião como desalinhada, politicamente incorrecta ou algo congénere com que não estou nada, absolutamente nada preocupado. Não mudei absolutamente nada, sempre pensei assim, sabe quem me conhece que assim é.
Na realidade, lamento muito haver quem, não tendo feito o seu percurso individual de esclarecimento, escreva os horrores de primarismo com que deparamos nas redes sociais e que acabe por ir para a rua como «Maria vai com as outras». Na medida em que a intervenção cívica de tais pessoas – destas e não doutras – se limita a uma pobreza tão evidente, é que, em Portugal, a intervenção cívica é tão frágil e inconsequente. Como sabe, num país com os índices de escolaridade que o nosso evidencia, a montante destas atitudes, há escandalosas taxas de iliteracia e de analfabetismo, perfeitamente incomparáveis noutro qualquer país da UE.
Não poderia terminar melhor do que recorrendo ao comentário que Fernando Morais Gomes subscreveu, a propósito das minhas palavras, afinal, exactamente as mesmas que a Margarida considerou tão desconformes. Cito: “ Obrigado pelo seu comentário. Este e outros posts que tenho editado sobre a "reforma" administrativa têm uma intenção didáctica, e a de chamar à discussão de quem os leia, um tema que a todos devia interessar, para que se não tomem partidos só por maniqueísmo partidário e se analise o bom, o mau, o assim assim e a rasteira.”
Que ironia! De facto, nem de propósito. Em relação ao infeliz desentendimento que a minha mensagem suscitou à Margarida, o que o meu amigo Fernando Morais Gomes escreveu acabaria por assumir uma vertente profética que, de imediato se concretizou…
Cara Margarida,
Lamento que as minhas palavras possam ter sido objecto de descontextualização tão flagrante. Por favor, tenha em consideração que são antecedidas de elementos essenciais no sentido de que a mensagem subsequente não seja interpretada como a Margarida o fez.
No comentário que subscrevi, a propósito do bom trabalho do Fernando Morais Gomes, considerei - ACERCA DE UM PROJECTO DE LEI DO REGIME JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS E DAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS, QUE A SER LEVADO POR DIANTE PODE VIR A BARALHAR AS RELAÇÔES DE FORÇA ENTRE DIVERSOS NÍVEIS DOS PODERES LOCAIS (FREGUESIAS, CÂMARAS E AS NOVAS ENTIDADES INTERMUNICIPAIS - que as dúvidas que ele formulava eram, e passo a citar as minhas próprias palavras "(...) mais que pertinentes mas, lá está, não vejo nem prevejo que, em sede própria da intervenção cívica, haja quem faça o trabalho de sapa, de estudo, reflexão, debate que a matéria deveria suscitar. Em Portugal, pelo menos no quadro da intervenção cívica, parece haver horror ao estudo. Aliás, goza-se, despreza-se, desconsidera-se o trabalho de estudo que sempre deve ser concretizado a montante de qualquer atitude.(...)"
Só depois deste enquadramento – repito, ACERCA DE UM ASSUNTO ALHEIO ÀS MOTIVAÇÕES QUE LEVARAM AS PESSOAS PARA A RUA NO SÁBADO PASSADO - é que escrevi as outras palavras que a Margarida Mota citou, i.e., “(…) Às tantas, na ausência desse trabalho, indevidamente preparados, mal esclarecidos, os cidadãos ou escrevem os maiores disparates nas redes sociais ou acabam por ir para a rua, fazendo figura de corpo presente em manifestações que, isso sim, deveriam engrossar com o esclarecimento cabal e a lucidez de quem a elas adere. (…)”
Não tenho a mínima razão para alterar uma vírgula que seja às palavras que escrevi, não só as que precedem a sua citação mas também as citadas por si. Penso exactamente assim. Naturalmente, haverá quem considere esta minha opinião como desalinhada, politicamente incorrecta ou algo congénere com que não estou nada, absolutamente nada preocupado. Não mudei absolutamente nada, sempre pensei assim, sabe quem me conhece que assim é.
Na realidade, lamento muito haver quem, não tendo feito o seu percurso individual de esclarecimento, escreva os horrores de primarismo com que deparamos nas redes sociais e que acabe por ir para a rua como «Maria vai com as outras». Na medida em que a intervenção cívica de tais pessoas – destas e não doutras – se limita a uma pobreza tão evidente, é que, em Portugal, a intervenção cívica é tão frágil e inconsequente. Como sabe, num país com os índices de escolaridade que o nosso evidencia, a montante destas atitudes, há escandalosas taxas de iliteracia e de analfabetismo, perfeitamente incomparáveis noutro qualquer país da UE.
Não poderia terminar melhor do que recorrendo ao comentário que Fernando Morais Gomes subscreveu, a propósito das minhas palavras, afinal, exactamente as mesmas que a Margarida considerou tão desconformes. Cito: “ Obrigado pelo seu comentário. Este e outros posts que tenho editado sobre a "reforma" administrativa têm uma intenção didáctica, e a de chamar à discussão de quem os leia, um tema que a todos devia interessar, para que se não tomem partidos só por maniqueísmo partidário e se analise o bom, o mau, o assim assim e a rasteira.”
Que ironia! De facto, nem de propósito. Em relação ao infeliz desentendimento que a minha mensagem suscitou à Margarida, o que o meu amigo Fernando Morais Gomes escreveu acabaria por assumir uma vertente profética que, de imediato se concretizou…